Aqueles que conseguiram assistir a gravação das imagens e guardar na memória a reação dos
militares de alta patente que cercavam Kim Jong-un ,logo após o lançamento com
êxito de um míssil balístico que
atravessou o Japão ,numa ilha que fica
na região norte do seu espaço aéreo,em 29.08.17, bem poderão
compreender porque o ditador tem um poder
interno absolutamente incomparável e sem limites.
Os generais que estavam à sua volta comemoravam a “vitória”
e mais pareciam ratos saltitantes agradecendo as migalhas recebidas de alguém
que não tem cara de uma pessoa normal. A reação dos
militares da República Popular “Democrática”(?) da Coreia,em flagrante
puxa-saquismo a seu líder máximo, vibravam,pulavam, davam “cambalhotas”,riam e
comemoravam com palavras e gestos exagerados , o “grande” feito do tirano
norte-coreano que os lidera , de uma maneira tão contundente que igual só se
observa nas torcidas que comparecem em massa aos estádios de futebol. Esse tipo
de reação efetivamente não condiz com situações
de ameaças nucleares à
humanidade.
Mas o espírito dos dirigentes da Coreia do Norte é
exatamente esse. A sua “elite” política
e social é constituída pela classe dos militares mais graduados. Enquanto o
povo norte-coreano vive num regime de repressão e opressão, combinada com
miséria sem paralelo no mundo inteiro, ao mesmo tempo ele é forçado a sustentar
um Exército cujo efetivo corresponde a mais de 10% (dez por cento) da
população.
A Coreia do Norte é um país pequeno que tem um potencial
bélico com tecnologiaquase equivalente aos “grandes”. Tanto que está incluida
no seleto grupo dos que dominam artefatos nucleares. E como o seu ditador tem
poderes absolutos, só depende do comando dele o disparo de mísseis com ogivas
nucleares capazes de matar multidões e destruir grandes cidades. Mas tudo leva
a crer que esse tirano é um sujeito absolutamente irresponsável e inconsequente
em relação ao seu país e ao seu povo. O “ego” dele está acima de tudo. Acima do povo e da nação que dirige. Mas ao
mesmo tempo em que ele tem poder de fogo para destruir boa parte do mundo, parece desprezar que seria
absolutamente certa uma reação imediata bem mais que “à altura”. Não demoraria
mais que poucas horas para que a Coreia do Norte fosse riscada do mapa e
virasse cinzas. Seria consequência inevitável e natural.
A grande esperança do mundo para que se evite tantos
estragos fica à cargo do Governo Chinês,que parece ser o mais influente dentre
todos em relação à Coreia do Norte. Independentemente de “afinidades”
ideológicas que possa ter com o país vizinho,se porventura deflagrado o
conflito mundial, a China teria muito a perder, independentemente do lado em
que ficasse no conflito ,vitorioso ou derrotado, vendo interrompidos todos os
grandes esforços que tem feito através de muitas décadas para se tornar uma das
nações mais prósperas e ricas do Planeta. E sabe-se que destruir é bem mais
fácil do que construir. O que leva
séculos para ser erguido pode levar minutos para ser destruído..
O melhor exemplo que se poderia encontrar para o perigo que representa o domínio e posse de artefatos nucleares pela
Coreia do Norte, poderia ser representado pela estupidez da entrega de uma arma de fogo carregada a uma criança
travessa.
É claro que aqui não se tem a ousadia nem a pretensão detentar afastar os riscos que representam os
artefatos nucleares à humanidade. Eles já estão aí,como fatos consumados, e difícil
está o seu controle. Mas as grandes potências que dominam essa tecnologia
conseguiram manter-se em equilíbrio,por enquanto, o que tem evitado qualquer
provocação, de um lado ou outro. Mas no meio dessa situação equilibrada surge uma Coreia do Norte “da vida”, com um dirigente
maluco, e consegue “desequilibrar” esse equilíbrio. O “outro” problema tem mais
tempo para resolver. O de Pyongyang, não. Deve ser atacado imediatamente.
Agora. Caso contrário, poderá ser tarde para evitar-se tantos estragos de dimensões e
abrangência imprevisíveis.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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