Cidadezinhas
medievais e paisagens de tirar o fôlego enriquecem a viagem por esta
região central da Itália, que pode ser feita de carro ou de trem
Viajar de carro pela Toscana é um passeio à parte e já vale o destino (Foto: Renata Drews/Divulgação)
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Sentir o cheiro das olivas, degustar um Chianti - típico vinho toscano - e fartar-se com boa comida - vulgo queijos e bistecca alla fiorentina - estão longe de serem os únicos prazeres que esta região central da Itália pode oferecer aos seus visitantes. Em mim, o desejo foi de fincar o pé. A Toscana é um celeiro de belezas naturais e cidadezinhas medievais, prontas para serem desvendadas, cada uma com sua riqueza histórica à parte.
Apaixonar-se pelo lugar é fácil, difícil mesmo é
querer ir embora dessa região repleta de história e regada a vinho.
Prepare-se para querer dar um tempo na vida urbana e fugir para esse
cenário, que mistura paisagens de tirar o fôlego e lugarzinhos
escondidos, propícios para tomar uma lição de história. Ma tutto con
molto vino, è chiaro! Andiamo?
Lucca
Ciclovia sobre os muros de Lucca (Foto: Renata Drews/Divulgação)
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Uma
cidade mais moderna vista de fora divide e protege a sua própria
história, com uma muralha de 12 metros de altura, construída entre os
Séculos 16 e 17. Escondida pelos imponentes muros renascentistas, Lucca
guarda o centro histórico em seu interior, quase como um tesouro,
enquanto que a cidade cresceu e continua a se desenvolver ao seu redor.
Para se ter ideia de quão antiga ela é, essa fascinante localidade,
inicialmente etrusca, se tornou colônia romana em 180 a.C. (antes de
Cristo). Explorar vielas é uma delícia, mas vale alugar uma bicicleta e
pedalar por entre os parques e piazze (praças) do centro histórico.
Aproveite o passeio pela ciclovia sobre os muros de Lucca. A pé ou de
bike, vá pelaVia Fillungo, que atravessa o centro medieval da cidade
velha, passando pela Piazza Anfiteatro, e visite a Cattedrale San
Martino, do Século 11. Outro ponto indispensável é a Torre Civica delle
Ore, com 50 metros de altura, construída no Século 13. Respire fundo e
pegue fôlego para subir os 207 degraus de madeira desse relógio. No
final, o esforço é recompensado com a vasta vista da cidade.
San Gimignano
As torres medievais de San Gimignano (Foto: Renata Drews/Divulgação)
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Ainda
na estrada, o que se vê desse pequeno vilarejo faz parecer estar diante
de um ponto do mundo que parou no tempo. A aparência é confirmada pela
história: no topo de uma colina, 15 torres medievais formam um
horizonte encantador. Não à toa, San Gimignano é considerada pela Unesco
como um destino toscano patrimônio cultural da humanidade. As
imponentes construções foram fruto da rivalidade entre vizinhos no
período feudal. Construir uma torre mais alta que a do rival era a forma
popular das famílias locais exibirem seu poder e riqueza. Ao andar por
entre os becos e vielas estreitos, o cheiro de oliva invade o olfato. É
uma das lembranças mais fortes que guardo de San Gimignano. Por lá,
visite a Piazza del Duomo, que guarda a Cattedrale e o Palazzo del
Podestà, além da Torre della Rognosa. Outros pontos turísticos são o
Museu do Vinho Vernaccia, o Museu Cívico, no Palazzo Civico, e a
Cattedrale Romanica Collegiata.
Viareggio
Viareggio é uma cidade litorânea da Toscana (Foto: Renata Drews/Divulgação)
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Nem
só de campos verdes é feita a Toscana. Por lá, Viareggio é uma cidade
litorânea com uma vasta orla de areia, cafés à beira-mar e atrações
infantis. Além de barcos e velas ancorados num pequeno, mas rico porto.
Igualmente encantadora. De um lado está a praia e, ao fundo, montanhas
nevadas, compondo um ambíguo, mas harmônico, cartão-postal.
Montecatini Terme
Centro comercial de Montecatini Terme (Foto: Renata Drews/Divulgação)
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Esta
província da cidade de Pistoia é conhecida por suas águas termais e
oferece a vivência de uma típica cidade da Toscana, com boa vizinhança,
um pequeno centro de compras e trattorias (restaurantes familiares) com
vinho e comida regionais. A experiência é intimista. Além de ser central
para a visita a outras localidades, Montecatini Terme é uma ótima opção
de hospedagem por ofertar diárias mais baratas em hotéis três estrelas,
com o charme e conforto dignos de cinco. A exemplo do Hotel Arnolfo, na
Via Trieste, nº 31, que foi a minha moradia durante dez dias de viagem
pela Toscana. Uma parte mais alta no topo de uma colina, chamada
Montecatini Alto, guarda uma vista deslumbrante dos campos verdejantes,
de dia, e das luzes das casas à noite. Lá, charmosos cafés e
restaurantes convidam para o jantar.
No topo de uma colina está Montecatini Alto, com restaurantes e cafés charmosos (Foto: Renata Drews/Divulgação)
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Inclua no roteiro
Outras cidades toscanas são imperdíveis. Entre elas,
Siena, Volterra, Cortona, Pisa, Pistoia, Arezzo, Val d’Orcia, além da
Via Chiantigiana, rota do famoso vinho Chianti, típico da Toscana, não
podem ficar de fora do seu roteiro.
Quando visitar?
A melhor época para conhecer a Toscana é o Verão,
devido as 11 horas de sol durante o dia. Mas, por ser alta temporada, a
viagem sai mais cara. Por isso, os meses de maio, setembro e outubro são
ideais para aproveitar preços menos salgados e clima mais ameno. Mas
vá sem medo do frio! A região pode ser visitada no Inverno, quando o
valor das passagens também reduz.
Como chegar
Não há voo direto de Salvador para a Itália, e como
os voos para Florença são mais caros, o melhor é desembarcar em Roma ou
em Milão via conexão em Madri. Depois, siga de trem para Florença e, lá,
alugue um carro. Outra opção é alugar um automóvel já na cidade de
desembarque. Se ficar cansativo, reserve uma diária em um hotel próximo
do aeroporto, que é mais barato.
De carro ou de trem
No site mobility-online.com.br dá para alugar um
carro com facilidade - e com GPS incluso, se preferir. Vale lembrar que,
para dirigir em outro país, é preciso possuir a Permissão Internacional
para Dirigir (PID), expedida no Detran-BA do SAC, por R$ 612. As
passagens de trem podem ser compradas com antecedência nos sites das
companhias Trenitalia (trenitalia.com) e SNCF (sncf.com), mas também na
estação local.
Hospedagem
Não deixe de ficar hospedado em pequenas cidades,
como Montecatini Terme, Lucca ou até Siena, em vez de Florença. Além de
ser mais barata, a acomodação tem o charme e o conforto da região e
proporciona uma experiência mais intensa na cultura local, nos costumes e
na vida “dolce far niente” dos moradores.
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