Símbolo da era petista,
Eike Batista é procurado pela PF e pelo MP por desvio e lavagem de
dinheiro junto ao ex-governador Sérgio Cabral. Podridão sem fim:
Agentes da Polícia
Federal e do Ministério Público Federal realizaram, na manhã desta
quinta-feira, a operação Eficiência sobre esquema de desvio e lavagem de
dinheiro de contratos do governo do Estado do Rio na gestão do
ex-governador Sérgio Cabral. Foram expedidos nove mandados de prisão
preventiva e quatro de conduções coercitivas. Entre os principais alvos
com mandados de prisão expedidos está o empresário Eike Batista, dono do
grupo EBX, além do ex-governador, que já está preso no complexo
penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Eike Batista não foi
encontrado em sua casa no Jardim Botânico. Segundo o advogado Fernando
Martins, o empresário está viajando e irá se apresentar em breve à
polícia. Ele partiu para o exterior na última terça-feira, e a mulher e o
filho deles viajaram ontem. De acordo com o advogado Sérgio Bermudez,
que atua para o empresário na área cível, Eike tinha reuniões fora do
país, e também cuidaria do lançamento de um produto.
O empresário já
prestou depoimento à PF em pelo menos duas oportunidades no âmbito das
investigações da Lava-Jato. Ele foi ouvido pelos policiais no Rio e em
Curitiba. Eike, porém, não estava negociando um acordo de delação
premiada. No Rio, ele negou ter pago qualquer tipo de propina a Cabral.
A Operação Eficiência
é uma segunda fase da Operação Calicute,
href="http://oglobo.globo.com/brasil/cabral-preso-pela-lava-jato-acusado-de-liderar-grupo-que-desviou-224-milhoes-em-contratos-de-obras-20478201">um
desmembramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Segundo as
investigações, o grupo desviou cem milhões de dólares para paraísos fiscais no exterior. Os mandados foram expedidos pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas.
Um dos detidos na
operação é Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike Batista e atual
vice-presidente de futebol do Flamengo. Ele é acusado de ser um dos
operadores do esquema, através da ocultação e lavagem de dinheiro das
propinas.
Também foram presos
preventivamente Sérgio de Castro de Oliveira, chamado Serjão, operador
do esquema; Thiago Aragão, sócio do escritório de Adriana Ancelmo e o
doleiro Álvaro José Galliez Novis. Ainda há um mandado contra o
publicitário Francisco de Assis Neto, o Kiko.
Tiveram o mandado de
prisão expedido, mas já estão presos, o ex-secretário de governo Wilson
Carlos, e o operador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, além de Cabral.
Os agentes também
cumpriram mandados de condução coercitiva contra Maurício de Oliveira
Cabral Santos, irmão do ex-governador, e Susana Neves Cabral, ex-mulher
de Sérgio Cabral, além do operador do mercado financeiro Eduardo Plass, e
Luiz Arthur Andrade Corrêa, preso na 34ª fase da operação Lava-Jato, em
setembro.
A operação foi
batizada de Eficiência por causa da primeira conta de Cabral no exterior
para esconder dinheiro desviado dos cofres públicos, que levava o mesmo
nome, e era da agência do Israel Descont Bank, em Nova York.
A ação foi baseada em
dois acordos de colaboração, dos operadores de mercado financeiro
Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, que revelaram como
funcionava o esquema de lavagem da propina cobrada por Cabral em todos
os contratos do governo do estado, durante a gestão dele, e também como
Eike Batista fazia para repassar o dinheiro do suborno para o
ex-governador.
Segundo fontes
ouvidas pelo GLOBO sob a condição de anonimato, MPF e PF investigam se o
empresário teria utilizado o serviço de um doleiro e de - no mínimo -
dois escritórios de advocacia para repassar propina.
A PF cumpriu ainda
mandados de buscas e apreensões em 27 endereços no Rio de Janeiro,
Niterói, Miguel Pereira e Rio Bonito. As apreensões ocorreram em
endereços residenciais ou comerciais de Susana Neves, Maurício Cabral e
dos seis presos sem mandado anterior. (O Globo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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