MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 29 de janeiro de 2017

Testemunha diz ter sido comprada por Joceval para depor contra deputado



Por Tamirys Machado
Uma das testemunhas do processo que pode levar a cassação do mandato do deputado federal (PV) por conta de “abuso de poder econômico” declarou em juízo que foi comprada pelo atual vereador e suplente na Câmara Federal, Joceval Rodrigues (PPS).  Conforme a escritura pública declaratória feita no dia 18 de janeiro, no cartório da comarca de Teixeira de Freitas, a testemunha Jocimara Salgado declarou que foi procurada, para que ajudasse o vereador, que havia ficado suplente ao cargo de deputado federal, logo após as eleições de 2014. 
 
No depoimento ela disse que recebeu quantias em dinheiro e uma promessa de cargo no gabinete de Joceval, caso ele conseguisse a vaga em Brasília. A declarante afirmou que em todos os testemunhos dando durante o processo foi orientada em várias reuniões pelos advogados de Joceval para prejudicar Lucas Bocão (PV), vice-prefeito de Teixeira de Freitas e o deputado Uldurico Júnior. 
 
O julgamento do caso, que já corre na justiça há dois anos, será nesta segunda-feira (30) no Tribunal Regional Eleitoral. 
 
 
Procurado pelo Bocão News, o vereador reeleito, Joceval Rodrigues negou que tenha comprado testemunha e disse que a assessoria jurídica já tomou ciência do assunto. “Minha assessoria jurídica já tomou ciência disso, como várias tentativas de postergar e dar outro rumo ao processo [..]É uma pena, uma declaração dessas é muito grave. Duas testemunhas favoráveis a ele foram presas, saíram algemadas. Não quero fazer nenhum tipo de comentário sobre isso. Estranho essa declaração sair hoje sendo que é amanha o julgamento. O processo é amanhã, todo período de ouvir testemunha acabou. Eles [advogados de Uldurico] fizeram uma petição pedindo para adiar o processo dizendo que os advogados não poderiam ir, depois alegaram que não havia sido divulgado a ata, agora é a terceira tentativa”, disse o vereador. 
 
Joceval afirmou ainda que Jocimara Salgado não é testemunha dele. “Ela não é minha testemunha, ela foi até o Ministério Público e denunciou tudo que nós estávamos falando no processo, então anexamos declarações dela denunciando Uldurico de até mesmo não ter pago a ela quando trabalhou na rádio, e por isso o juiz a convidou para testemunhar nesse caso”, explicou. 
 
Questionado se já teve contato com a declarante, ele disse que não. “Zero. Só nas audiências na presença do juiz”. 
Sobre o que espera do processo, o edil afirmou que está tranquilo. “Eu tenho o mandato de vereador, estou extremante tranquilo, espero que a justiça seja feita. Confio na justiça baiana e espero que essas manobras de postergar o processo não sejam mais um motivo para que a verdade não seja colocada a tona”.  
 
Ao Bocão News, o deputado federal  Uldurico afirmou que tomou conhecimento neste domingo do assunto e vai entrar com uma queixa crime contra Joceval. “Ele está tentando ganhar o mandato no tapetão. Comprar uma testemunha é um crime e ele tem que pagar”. O parlamentar disse que não tem contato com a testemunha, mas a conhecia “quando era funcionária da rádio que eu trabalhava [em Teixeira de Freitas ], depois que saiu nunca mais a encontrei”. 
 
Caso 
 
O deputado federal Uldurico Junior (PTC) responde na justiça eleitoral por abuso de poder econômico. Segundo o processo, nas eleições, Uldurico teria usado as rádios da família para promover campanha. Ação julgada em 2014 deixou inelegíveis os candidatos a prefeito e vice de Porto Seguro, Lúcio Caires Pinto e Leandro Moreira Silva, respectivamente, além do radialista José Ubaldino Alves Pinto Júnior, irmão do candidato a prefeito. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acolheu pronunciamento da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), condenando os três por abuso de meios de comunicação e poder econômico. 
 
Com informações do repórter Alexandre Galvão

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