O país poderia agora estar prestes a vender ativos e a fazer concessões porque é o melhor para os brasileiros. Mas há uma urgência adicional: minorar os estragos do petismo
Que
coisa, né? O Brasil poderia agora — na verdade, já deveria tê-lo feito
muito antes — estar se preparando para empreender a privatização apenas
virtuosa de estatais. Em vez de fazê-lo para minorar a herança maldita
do PT, estaria a tanto se dedicando para atrair investimentos, para
melhorar a qualidade dos serviços prestados ao distinto público — vale
dizer: aos pobres —, para aumentar a eficiência da economia.
Atenção! É
claro que uma nova rodada de privatizações terá também todos esses
aspectos positivos. Mas não é menos verdade que ela passou a ter uma
urgência quase dramática em face de um país que está, obviamente,
quebrado.
Segundo reportagem da
Folha, o governo Temer espera arrecadar com um programa de
privatizações e concessões algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.
Acho um volume baixo, o que caracterizaria uma ambição ainda modesta.
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Na lista
de empresas, diz o jornal, estariam a Caixa Seguridade, o IRB (Instituto
de Resseguros do Brasil), participações da Infraero em aeroportos e
concessões de rodovias, portos e aeroportos.
É evidente
que acho uma boa medida. Para ser ainda mais claro: no meu modelo
ideal, não sobra uma só estatal nem para fazer remédio. Nada!
Restringiríamos a presença do estado às áreas em que ele se mostra
essencial num país com as características do Brasil: saúde, educação e
segurança pública — no caso das duas primeiras áreas, o capital privado
podendo atuar livremente.
Assim, que
o governo privatize à larga, mas é preciso deixar claro que estamos com
uma premência: o déficit deste ano está previsto em R$ 170,5 bilhões —
terceiro ano consecutivo no vermelho. No ano que vem, os cálculos variam
entre R$ 135 bilhões e R$ 150 bilhões negativos. Em 2018, é provável
que se estará ainda com déficit. O realismo aponta para a volta do
superávit só em 2019.
Eis o que o
PT fez com a economia brasileira. A receita derivada da venda de ativos
e de concessões servirá para minimizar o desastre. Digam-me: isso é ou
não é a cara do petismo? Estamos ou não diante do mais óbvio resultado
de uma equação asnal? O partido passou a sua existência demonizando as
privatizações, muito especialmente nos 13 anos que em passou no poder.
Nesse tempo, elevou à estratosfera os gastos públicos e jogou a economia
no abismo.
Agora, as
demonizadas privatizações — e a peteza continuará a atacar a proposta,
não duvidem — terão de vir não só porque são o melhor para o Brasil e
para os brasileiros, não só porque aumentam a eficiência da economia,
não só porque atraem investimentos, não só porque geram empregos,
riqueza e renda, mas também para minorar os desastres provocados pela
companheirada.
A herança que o PT deixa pode, sem exagero, ser chamada de crime de lesa-pátria.
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