MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 30 de julho de 2016

'The Economist' diz que Rio 2016 não merece nem medalha de consolação

Revista britânica diz que cidade está em decadência e evento não mudará esta realidade


A revista do jornal britânico The Economist dedicou um extenso editorial ao Rio de Janeiro, que sediará as Olimpíadas 2016. Em tom de crítica, a reportagem intitulada "Nem medalha de consolação" fala que quando o Rio de Janeiro ganhou o direito de sediar as olimpíadas há quase sete anos, a cidade maravilhosa ainda merecia seu apelido.
A reportagem traz um gráfico onde aponta o declínio da cidade desde 1960, com relação ao aumento da violência e sua imagem para o mundo, mas também cita as prais e a economia (ver gráfico). Os jogos deveriam mostrar uma cidade próspera, auto-confiante, conforme os organizadores dos jogos olímpicos prometeram.
A reportagem traz um gráfico onde aponta o declínio da cidade desde 1960
A reportagem traz um gráfico onde aponta o declínio da cidade desde 1960
> > The Economist Not yet medal contenders
O noticiário britânico diz que faltando poucos dias para a cerimônia de abertura que será realizada no dia 5 de agosto, o Rio ainda está à procura de estabilidade. Em 24 de julho a equipe australiana saiu da Vila Olímpica, no bairro da Barra da Tijuca, queixando-se de banheiros entupidos e fios soltos. Mas essas são falhas triviais em comparação com os outros problemas que assolam a cidade anfitriã. A Baía de Guanabara, onde os atletas de esportes aquáticos irão competir é praticamente um esgoto a céu aberto. Um surto de zika vírus assola a cidade (o país inteiro) desde o ano passado acabou afastando muitos competidores que acabaram deixando de participar do maior evento de esportes do mundo. O golfistas, em particular, compararam a praia de Ipanema a uma armadilha gigante. Policiais com salários atrasados fizeram protesto no aeroporto internacional, com cartaz escrito "Bem-vindos ao inferno" (em Inglês "welcome to hell"). Uma nova linha de metro e um veículo chamado VLT são diariamente lembrados pelo prefeito Eduardo Paes como os grandes legados dos jogos para os cariocas, mas ambos estão com obras não finalizadas e funcionamento duvidoso, alguns dias por falta de energia e os moradores da cidade só poderão ter acesso ao metrô muito tempo após as olimpíadas.
A beleza natural da cidade não é suficiente, destaca o The Economist
A beleza natural da cidade não é suficiente, destaca o The Economist
The Economist acrescenta que estas dificuldades locais são agravados pelas crises nacionais. O Brasil está sofrendo uma grave recessão. Dilma Rousseff, a presidente do país, está sendo acusada de manipular as contas do governo. Enquanto o processo de impeachment está em andamento o Brasil é liderado por Michel Temer. O Rio é um dos centros de disfunção nacional. Um enorme escândalo de corrupção tomou conta da Petrobras, que tem sua sede no Rio. Os policiais da cidade mataram 40 pessoas apenas em maio.
A beleza natural da cidade não é suficiente, destaca o The Economist. Embora a orla seja linda, favelas contornam as áreas nobres e mais sombrias da cidade desde a chegada no aeroporto.
O sucesso dos jogos poderia levantar o humor pessimista do Rio, mas apenas isto não será suficiente para tornar a cidade um dínamo econômico. O cenário espetacular faz as pessoas quererem vir, mas precisa haver uma séria reformulação para o combate ao crime, uma gestão fiscal mais bem feita e melhoria dos serviços públicos para que os turistas queiram ficar na cidade e voltar, finaliza The Economist.

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