— Por que Dilma é ainda mais irresponsável do que Jango. Ou: Não lhes daremos nem poder nem sangue
PS: entendo que, mais uma vez, Dilma incorreu em crime de responsabilidade ao usar o Palácio do Planalto para insuflar a luta de brasileiros contra brasileiros
Nota à
margem: por que escrevo “sedizentes artistas”? Porque artistas eles se
dizem. Mas alguém indagaria: “E não são?” Notem: quando se expressam
sobre uma questão política, não! Ninguém é “artista” porque é a favor ou
contra partidos e grupos. Os artistas só o são no âmbito de sua arte.
Ou seria
necessário supor que também se pode fazer uma cirurgia ou uma ponte
segundo princípios petista, tucanos ou peemedebistas — refiro-me à
técnica, claro!, já que o jeito petista de fazer pontes no que diz
respeito ao dinheiro público é conhecido. Mais: quando alguém apela a
essa condição para opinar, está partindo do pressuposto de que sua
especialidade ou sua popularidade o colocam acima do cidadão comum. É
vergonhoso. Adiante.
Dilma,
mais uma vez, deitou falação e voltou a investir na crispação do
ambiente político. Repetiu que um processo de impeachment sem base legal
— como se não houvesse — é golpe. Não se contentou: “Se. em 1964.
chamaram o golpe de revolução, agora chamam um processo sem base legal
de impeachment.” E voltou a comparar os petistas aos judeus e seus
adversários ao nazismo. Bem, essa questão em particular é de tal sorte
delinquente que me nego a voltar ao assunto. Já escrevi a respeito. Quero falar sobre o 31 de março.
Por que Dilma é mais irresponsável do que Jango
As esquerdas escolheram o 31 de março para se manifestar para associar o processo de impeachment ao golpe militar. Como vimos, a própria presidente-fantoche resolveu investir na comparação.
As esquerdas escolheram o 31 de março para se manifestar para associar o processo de impeachment ao golpe militar. Como vimos, a própria presidente-fantoche resolveu investir na comparação.
De fato,
há algumas semelhanças, mas não aquelas que a presidente aponta. A
exemplo de Goulart, Dilma também resolveu transformar o Palácio do
Planalto numa espécie de bunker de resistência, abrigando nas
dependências oficiais a retórica incendiária. Nesse particular sentido,
repete os passos de Goulart.
Também ela
investe na exacerbação dos conflitos, em vez de falar em nome do
entendimento. Também ela resolveu se cercar de fanáticos que se dizem
dispostos a tudo para defendê-la. Também ela investe numa forma
particular de desinstitucionalização ao atribuir a um investigado sem
cargo oficial tarefa que são do governo. Refiro-me, obviamente, a Lula.
Mas Dilma é ainda mais irresponsável do que o presidente deposto em 1964.
Naquele
caso, havia, de fato, uma urdidura golpista. E de todos os lados, é bom
que se diga. Quem quer que tenha vivido a época sabe e sabem-no os
historiadores: era certo que um golpe viria; só não se tinha claro quem
iria liderar. Ou seriam os militares anti-Jango, ou seria o próprio
Jango. O resultado é conhecido
Onde estão as armas?
Hoje em dia, cumpre indagar: onde estão as armas? Golpe que aplica a Constituição e a lei é apenas exercício do estado de direito, e, pois, golpe não pode ser. Os militares estão distantes da política. E assim permanecerão. A solução, qualquer que seja ela, será dada pela sociedade civil.
Hoje em dia, cumpre indagar: onde estão as armas? Golpe que aplica a Constituição e a lei é apenas exercício do estado de direito, e, pois, golpe não pode ser. Os militares estão distantes da política. E assim permanecerão. A solução, qualquer que seja ela, será dada pela sociedade civil.
Ao afirmar
a existência de um golpe, Dilma sataniza forças políticas legítimas e
busca atribuir-lhes um crime que não cometeram. Ao contrário: o único
ente criminoso nesse enredo é o governo. Ou para ser específico, já que o
crime de responsabilidade é pessoal: Dilma é a criminosa da história.
Também em
1964, é bom que fique claro, organizações de esquerda prometiam
resistência armada caso o golpe partisse do outro lado. Cinquenta e dois
anos depois, suas sucedâneas exercitam a mesma retórica. Ocorre que,
desta vez, o “outro lado” são os 82% dos brasileiros que desaprovam o
jeito Dilma de governar e querem o impeachment.
Impeachment
que pode advir não porque a esmagadora maioria não gosta da presidente,
mas porque ela cometeu crime de responsabilidade.
O PT está dizendo: ou a gente ou sangue! E as pessoas decentes têm de responder: nem vocês nem sangue.
PS:
Entendo que, mais uma vez, Dilma incorreu em crime de responsabilidade
ao usar o Palácio do Planalto para insuflar a luta de brasileiros contra
brasileiros.
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