Existem lentes de uso constante com trocas mensais, anuais e até mesmo diárias, mas cada uma tem sua indicação mediante recomendação do especialista
por
Yuri Abreu
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Divulgação
O uso adequado das lentes deve obedecer à recomendação do especialista
Há cerca de cinco anos, Vanessa Costa usa
lentes de contato por conta dos 4,5 graus de miopia, além de um grau de
astigmatismo em cada um dos olhos. Ela já havia tentado usar óculos,
mas a incomodava o fato de as lentes serem muito grossas.
“Além disso não é em toda armação solar que pega grau. Em uma cidade como a nossa, de sol intenso, as vezes é difícil não usar óculos escuro, principalmente pra quem já tem sensibilidade a luz”, disse a jornalista.
Por conta disso, ela optou pelo uso das lentes de contato. Contudo, desde o início de janeiro, ela vem passando por um verdadeiro transtorno, justamente com as lentes, por conta de uma úlcera no olho. Tudo começou durante uma ida à praia.
“Senti um ardor e incomodo, mas como estava sem material para limpeza, deixei para retirar quando chegasse em casa, com as mãos limpas. Mas, quando fui tentar tirar, o olho ardia tanto que precisei de ajuda pra deixar o olho aberto enquanto tentava puxar a lente que parecia estar colada”, narrou.
Após três dias, sem quaisquer condições de ir ao trabalho por não conseguir manter o olho direito aberto, Vanessa procurou um médico oftalmologista em uma emergência. Após o exame, foi constatada uma úlcera de córnea profunda. A partir daí, teve início o tratamento.
“É muito lento. Fazia visitas à médica duas vezes por semana para verificar a evolução do tratamento além de usar um lubrificante antiinflamatório. Os 15 primeiros dias foram os mais complicados, tendo que colocar colírio de hora em hora”, relatou Vanessa.
Atualmente, apesar de a úlcera já estar fechada, a córnea ainda está, segundo ela, inflamada. A situação deixou marcas nos olhos da jornalista. “Tenho uma cicatriz visível na íris e ainda incomoda muito a claridade. Coloquei grau em um óculos escuro para poder sair durante o dia”, contou ela, que já voltou a trabalhar. Na próxima semana, ela passará por nova consulta de revisão.
Higiene
Questionada se teria a devida higiene com as lentes de contato, ela disse que faz a utilização correta do objeto, mas que teria falhado ao usá-las durante a ida à praia. “Estamos expostos ao vento e a salinidade, sem levar algo para lavar a lente e guardá-la devidamente, em caso de uma areia nos olhos. Nunca tive problema com lentes antes, esse foi o primeiro, e grave”, disse.
Situações como a dela, segundo especialistas, além de causar a própria úlcera, podem levar também à perda da visão. Por isso, todo cuidado é pouco e a higienização tem de ser levada bastante em conta antes do uso das lentes de contato.
“O uso delas requer um cuidado muito especial com a sua higiene e conservação. Se o paciente não apresenta essas condições o uso da lente é contra indicado”, explicou o médico oftalmologista e membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB), Cléber Godinho.
Segundo ele, existem lentes de uso constante com trocas mensais, anuais e até mesmo diárias, mas cada uma tem sua indicação mediante recomendação do especialista.
“Elas exigem revisões periódicas e, ao primeiro sinal de incomodo, o oftalmologista deve ser acionado. Um sintoma leve de corpo estranho ou olho vermelho é o primeiro sinal de alerta e o oftalmologista que adapta lente tem que ter consultório sempre disponível, assim evita que esse pequeno sintoma possa transformar em uma coisa mais seria”, alertou.
Ainda de acordo com Godinho, o diagnóstico precoce auxilia o tratamento e a solução do problema, mais uma vez fica evidente a presença do médico oftalmologista como um profissional capaz de resolver o problema.
“Muitas vezes depois da cura e da área de localização da visão o paciente pode voltar a sua visão normal e muitas vezes isto só acontece fazendo um transplante de córnea ou adaptação de lentes especiais para devolver a sua visão normal”, salientou.
Compartilhamento também traz riscos
Pensando na estética, muita gente tem feito à opção de colocar as chamadas lentes coloridas, com o objetivo de alterar a cor dos olhos. Mas, de acordo com Cléber Godinho, o que tem mais chamado a atenção nos últimos tempos é o uso compartilhado desse material.
“Isso nos traz uma preocupação constante. O paciente, com isso, está com o risco extremamente aumentado de pegar uma infecção, que pode ser de uma conjuntivite simples de fácil tratamento a uma úlcera de córnea que, se não tratada corretamente pelo oftalmologista, pode levar a danos irreparáveis”, pontuou.
Para Vanessa Costa, a situação deixou um aprendizado, após ter tido a recomendação de não usar lentes pelos próximos quatro meses.
“Estou avaliando se ainda vou utilizar. No mais, vejo um uso indiscriminado de lentes de contato sem necessidade, pessoas que querem mudar apenas a cor dos olhos, quando poderiam assumir o que foi dado por Deus. Acho que a mudança não vale o risco de perder a visão”, finalizou.
“Além disso não é em toda armação solar que pega grau. Em uma cidade como a nossa, de sol intenso, as vezes é difícil não usar óculos escuro, principalmente pra quem já tem sensibilidade a luz”, disse a jornalista.
Por conta disso, ela optou pelo uso das lentes de contato. Contudo, desde o início de janeiro, ela vem passando por um verdadeiro transtorno, justamente com as lentes, por conta de uma úlcera no olho. Tudo começou durante uma ida à praia.
“Senti um ardor e incomodo, mas como estava sem material para limpeza, deixei para retirar quando chegasse em casa, com as mãos limpas. Mas, quando fui tentar tirar, o olho ardia tanto que precisei de ajuda pra deixar o olho aberto enquanto tentava puxar a lente que parecia estar colada”, narrou.
Após três dias, sem quaisquer condições de ir ao trabalho por não conseguir manter o olho direito aberto, Vanessa procurou um médico oftalmologista em uma emergência. Após o exame, foi constatada uma úlcera de córnea profunda. A partir daí, teve início o tratamento.
“É muito lento. Fazia visitas à médica duas vezes por semana para verificar a evolução do tratamento além de usar um lubrificante antiinflamatório. Os 15 primeiros dias foram os mais complicados, tendo que colocar colírio de hora em hora”, relatou Vanessa.
Atualmente, apesar de a úlcera já estar fechada, a córnea ainda está, segundo ela, inflamada. A situação deixou marcas nos olhos da jornalista. “Tenho uma cicatriz visível na íris e ainda incomoda muito a claridade. Coloquei grau em um óculos escuro para poder sair durante o dia”, contou ela, que já voltou a trabalhar. Na próxima semana, ela passará por nova consulta de revisão.
Higiene
Questionada se teria a devida higiene com as lentes de contato, ela disse que faz a utilização correta do objeto, mas que teria falhado ao usá-las durante a ida à praia. “Estamos expostos ao vento e a salinidade, sem levar algo para lavar a lente e guardá-la devidamente, em caso de uma areia nos olhos. Nunca tive problema com lentes antes, esse foi o primeiro, e grave”, disse.
Situações como a dela, segundo especialistas, além de causar a própria úlcera, podem levar também à perda da visão. Por isso, todo cuidado é pouco e a higienização tem de ser levada bastante em conta antes do uso das lentes de contato.
“O uso delas requer um cuidado muito especial com a sua higiene e conservação. Se o paciente não apresenta essas condições o uso da lente é contra indicado”, explicou o médico oftalmologista e membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB), Cléber Godinho.
Segundo ele, existem lentes de uso constante com trocas mensais, anuais e até mesmo diárias, mas cada uma tem sua indicação mediante recomendação do especialista.
“Elas exigem revisões periódicas e, ao primeiro sinal de incomodo, o oftalmologista deve ser acionado. Um sintoma leve de corpo estranho ou olho vermelho é o primeiro sinal de alerta e o oftalmologista que adapta lente tem que ter consultório sempre disponível, assim evita que esse pequeno sintoma possa transformar em uma coisa mais seria”, alertou.
Ainda de acordo com Godinho, o diagnóstico precoce auxilia o tratamento e a solução do problema, mais uma vez fica evidente a presença do médico oftalmologista como um profissional capaz de resolver o problema.
“Muitas vezes depois da cura e da área de localização da visão o paciente pode voltar a sua visão normal e muitas vezes isto só acontece fazendo um transplante de córnea ou adaptação de lentes especiais para devolver a sua visão normal”, salientou.
Compartilhamento também traz riscos
Pensando na estética, muita gente tem feito à opção de colocar as chamadas lentes coloridas, com o objetivo de alterar a cor dos olhos. Mas, de acordo com Cléber Godinho, o que tem mais chamado a atenção nos últimos tempos é o uso compartilhado desse material.
“Isso nos traz uma preocupação constante. O paciente, com isso, está com o risco extremamente aumentado de pegar uma infecção, que pode ser de uma conjuntivite simples de fácil tratamento a uma úlcera de córnea que, se não tratada corretamente pelo oftalmologista, pode levar a danos irreparáveis”, pontuou.
Para Vanessa Costa, a situação deixou um aprendizado, após ter tido a recomendação de não usar lentes pelos próximos quatro meses.
“Estou avaliando se ainda vou utilizar. No mais, vejo um uso indiscriminado de lentes de contato sem necessidade, pessoas que querem mudar apenas a cor dos olhos, quando poderiam assumir o que foi dado por Deus. Acho que a mudança não vale o risco de perder a visão”, finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário