Quem está em crise é o PT, não a representação. É natural que o eleitor não veja hoje em Aécio, Serra, Alckmin ou outro qualquer “a solução”. Até porque, por força das circunstâncias, essas lideranças são hoje mais reativas do que propositivas. Mas chegará a hora
Metade
dos brasileiros, hoje, não votaria em Lula de jeito nenhum: a rejeição,
segundo o Datafolha, é de 49%. Não me parece que seja um caso de copo
meio cheio e meio vazio. Acho que o Apedeuta se danou. É copo vazio. Até
porque, não fosse assim, Aécio Neves (PSDB), Michel Temer (PMDB), José
Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) poderiam comemorar. Suas
respectivas rejeições são de 23%, 21%, 19% e 17%. Haveria copo aí com
83% de “cheiura”, né?
Os números
são do Datafolha. É evidente que são devastadores para o chefão petista.
Um político com 49% de rejeição só serve para eleger adversário ou, na
hipótese desastrosa, alguém ainda pior do que ele próprio.
Segundo o
Datafolha, se a eleição fosse hoje, o tucano Aécio Neves teria 24% dos
votos, contra 20% de Lula (PT) e 19% de Marina (Rede). Jair Bolsonaro
(PP) aparece com 6%, e Ciro Gomes (PDT), com 5%. Quando Geraldo Alckmin
(PSDB) disputa, marca 12%. O chefão petista fica onde está, e a líder da
Rede vai par 23%. Os nomes do PP e PDT oscilam, respectivamente, para
7% e 6%. Se o tucano for José Serra, o candidato do PSDB fica com 15%,
atrás de Lula (21%) e Marina (23%). Bolsonaro e Ciro marcam 6% e 5%.
A disputa
eleitoral ainda não está em curso. Convém não repetir os fragorosos
erros de análise de 2014, quando se chegou a prever que Dilma liquidaria
a fatura com facilidade porque, afinal, a oposição não empolgava
ninguém.
A rejeição,
esta sim, nesta fase, é importante. O fato de a maioria do eleitorado
não depositar num nome em particular da oposição as suas esperanças
deve, sim, preocupar os adversários do PT, mas só como um elemento da
pauta, não como um sintoma de coisas como “crise de representação”.
Quem está em
crise é o PT, não a representação. É natural que o eleitor não veja
hoje em Aécio, Serra, Alckmin ou outro qualquer “a solução”. Até porque,
por força das circunstâncias, essas lideranças são hoje mais reativas
do que propositivas.
Mas chegará a hora.
O dado
realmente relevante é o fato de 49% rejeitarem Lula. Aí, meus caros, não
tem jeito. Se e quando ele for candidato, será um excelente nome para
eleger aquele que conseguir encarnar o anti-Lula.
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