Gregorio Vivanco Lopes
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A religiosa da ordem dominicana do convento de Santa Catarina de Quito, Catalina de Jesús Herrera (1717-1795), em processo de beatificação, é conhecida pelas revelações sobrenaturais que teve e por sua vida de santidade. Reproduzimos aqui uma dessas revelações.
Esclarecemos que, tratando-se de revelação particular, ela não obriga à fé de ninguém, podendo-se analisá-la livremente à luz da doutrina da Igreja e dos fatos contemporâneos, aceitando-a ou não como autêntica, desde que tal análise seja feita de modo criterioso e com bom senso.
Feita essa ressalva, publicamos aqui tal revelação por seu caráter verdadeiramente impressionante em face daquilo que vemos e ouvimos hoje por toda parte.
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Ó meu Jesus, começastes a me dar a entender quão irritado estavas com os homens. E me dizias:
“De toda perdição do mundo são causa os Sacerdotes, Religiosos e Religiosas.
“Os eclesiásticos são causa da perdição das pessoas seculares.
“Na Lei da Graça eu os coloquei como exemplo, para que contivessem os deslizes do século.
“E como por seus maus costumes deixaram que se lhes perdesse totalmente o respeito, já o mundo não faz nenhum caso deles, razão pela qual não é de nenhum proveito o que pregam.
“Se eles vivessem como devem, meu Espírito infundiria por seus lábios fervor nas pessoas do mundo. E daí se seguiria a moderação nos costumes.
“Mas como as pessoas do mundo veem que eles fazem as mesmas coisas que os outros, foi-se introduzindo o hábito de desprezá-los, e fica sem efeito a sua Doutrina.
“Se algum servo meu vem a dizer a verdade, o mundo o ouve com admiração. Mas as pessoas muito pouco ou nada aproveitam, porque já estão arraigados os maus costumes, causados pelos demais Religiosos e Eclesiásticos, envelhecidos nos vícios, e que desde muito antes deram os maus exemplos.
“Eles constituem o principal motivo pelo qual meu Braço quer descarregar sua Justiça.
“Outro pecado há, minha filha, nos conventos de Religiosos e Religiosas, que me deixa muito irritado e vai provocando minha Justiça, para que nos conventos Eu não venha a deixar pedra sobre pedra”.
Ignorava eu que pecado fosse esse. E contando isto ao meu confessor, perguntei-lhe do que se tratava. E ele, dando um suspiro, disse: “Ai filha! Para que o queres saber? Pede só a Deus que destrua esse pecado”.
Outras vezes o Senhor me dava a entender: “Este pecado é causa de que pereçam as Ordens Religiosas. E nas Ordens femininas causa-me asco ouvi-las dizerem-se minhas esposas. Isto faz com que Eu não habite nos conventos. Só a força de minha palavra me faz habitar sacramentado, sofrendo tanto desacato naquelas que se chamam minhas Casas. Eu as deixarei sem a Casa que assim ultrajam”. [...]
Uma noite Vos pedia, Senhor, que destruísses aquele pecado que me dizias que havia nas Ordens Religiosas e que eu não conhecia [...] Nesse tempo ouvi como a entrar pela cela um grande Carro que se dirigia em velocidade para o Oratório onde eu estava e ia entrar dentro dele. Conhecendo o que vinha dentro do Carro, fiquei horrorizada e me escondi, levando junto os papéis nos quais estavam anotados vossos favores.
E quando percebi que o Carro estava junto à porta do Oratório, eu Vos disse: “Senhor, detém esse monstro do lado de fora, pois não tenho ânimo para vê-lo”.
Deteve-se o Carro à porta e não entrou. Entendi que vinha triunfante no Carro aquele horrendo pecado em forma de um grande monstro que não tinha pés nem cabeça, tão horrendo e negro, coberto por uma fumaça espessa. E ao redor do carro serviam a este monstro muitos meninos religiosos (religiositos niños).
Conheci que o monstro abrigava dentro de si a muitos Religiosos de maior idade e Sacerdotes e também muitas Religiosas, de Ordens de ambos os sexos.
Conhecendo aqui aquele pecado, que era tão horroroso, feio, sujo e desordenado, foi tanto o meu pavor que eu inteira tremia de horror.
E sem que ele tivesse chegado até onde eu estava, somente com conhecer que estava do lado de fora, pensei que ia morrer, e Vos dizia: “Basta, Senhor, basta. Tira de junto de mim esta horrenda visão”. E então ele desapareceu (1).
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Vem a propósito a afirmação de Plinio Corrêa de Oliveira: “A santidade da Igreja não consiste, e não poderia consistir, na santidade do clero, mas sim na santidade da doutrina” (2).
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(1) Autobiografia de la Venerable Madre Sor Catalina de Jesús Herrera, Edit. Santo Domingo, Quito, 1954, pp. 271/2.
(2) Revista “A Ordem”, Rio de Janeiro, nº 8, agosto/1930.
(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Revelação impressionantíssima
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