Foto: Ag. Brasil_Arquivo
Ex-ministro Guido Mantega
Na primeira vez em que falou publicamente desde que deixou o
governo, no fim do ano passado, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega
disse nesta terça-feira, 27, em depoimento à CPI do BNDES, na Câmara dos
Deputados, que medidas provisórias não são alvo de tráfico de
influência e negou qualquer participação em esquema de compra de MPs
investigado pela Polícia Federal. “Não acredito que houve qualquer
beneficiamento a qualquer setor nessas MPs. MPs são feitas de forma
técnica e isenta. Não há qualquer participação nossa nessa história”,
afirmou. “Nos pautamos para que não haja tráfico de influência de
qualquer natureza, não seria admissível e devemos aguardar
investigações”. Questionado sobre os atrasos de repasses de recursos do
Tesouro para o BNDES para cobrir os subsídios da União nos empréstimos
do banco, Mantega disse que o banco não teve nenhum prejuízo. “O BNDES
não tem nenhuma perda, para cada dia de atraso existe uma remuneração”,
afirmou. O ex-ministro disse ainda concordar com o posicionamento do
atual titular da Fazenda, Joaquim Levy, de que é preciso fazer ajuste
fiscal neste momento, como foi necessário em 1999 e 2002. “A diferença é
que temos condições melhores agora, reserva, mercado interno, menor
nível de desemprego”, afirmou. Mantega defendeu a política econômica
desenvolvimentista adotada em sua gestão no governo, mas disse que
reconhece os problemas enfrentados pela economia atualmente. “Todos
reconhecemos problemas, tivemos seca, queda nas commodities e
instabilidade política que atrapalha economia”, acrescentou.POLÍTICA LIVRE
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