Vejam o que aconteceu com a Petrobras e com o setor elétrico, que ela comanda há 13 anos!
Já
afirmei aqui ser uma pena que não se possa impichar um mandatário umas
três vezes. É o que merecia Dilma. Pelo que fez na Petrobras — ou
permitiu que se fizesse. Pelo que fez, sim, no setor elétrico — e aí não
tem como fugir da responsabilidade. E, claro, pelas pedaladas fiscais. O
estelionato eleitoral, adicionalmente, lhe cassa a legitimidade
politica.
Vamos
pensar no setor elétrico, que é o tema deste post. Já escrevi aqui em
novembro do ano passado. Se Dilma fosse primeira-ministra, teria sido
apeada do poder pela barbeiragem que fez na área, que custou R$ 105
bilhões aos cofres públicos, segundo cálculo abalizado de Adriano Pires,
do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), e Mário Veiga,
especialista da Consultoria PSR. A conta foi feita a pedido da Folha.
Para comparação: o apagão de 2001 custou R$ 25 bilhões. Vale dizer: já
se torrou mais do que o quádruplo.
Dilma
produziu esse desastre todo apenas com a caneta. Não precisou nem sair
da cadeira. Bastaram à dita-cuja um papel, duas intervenções em rede
nacional de rádio e televisão, e R$ 105 bilhões foram para o ralo,
deixando como herança uma crise inédita no setor. Fosse
primeira-ministra, teria sido deposta. Fosse primeira-ministra, não
voltaria jamais a comandar o país; fosse primeira-ministra, sem o
auxílio da máquina, é provável que não se elegesse nem deputada. Fosse
primeira-ministra, teria caído e não seria eleita vereadora na minha
pequena e querida Dois Córregos, porque somos muito rigorosos por lá.
Como estamos no presidencialismo, foi reeleita. E o resultado está aí.
Quem
está a falar do desastre? Um jornalista que não gosta dessa turma. Sim,
estou. Mas as estatais do setor não deixam a menor dúvida. Leiam trecho
de reportagem de Dimmi Amora e Júlia Borba, publicada na Folha publicada nesta quarta. Volto em seguida.
*
Estatais federais responsabilizam políticas do governo Dilma pelo prejuízo de R$ 20 bilhões com que as usinas hidrelétricas estão arcando, pela crise do sistema de energia. Dentre as críticas está a de que medidas indispensáveis deixaram de ser tomadas pelo Executivo no ano passado devido ao período eleitoral. A Eletrobras, principal estatal do setor, disse que o problema atual das geradoras não se “deve meramente à condições hidrológicas adversas”, mas, sim, a decisões dos gestores do sistema –agentes do governo. As críticas foram seguidas por Furnas, Eletronorte e outras estatais geradoras de energia. A argumentação consta de documentos encaminhados à Aneel (agência reguladora do setor) para apresentar sugestões na discussão sobre quem vai pagar a conta pelo prejuízo das empresas quando elas são impedidas de gerar energia para poupar água.
Estatais federais responsabilizam políticas do governo Dilma pelo prejuízo de R$ 20 bilhões com que as usinas hidrelétricas estão arcando, pela crise do sistema de energia. Dentre as críticas está a de que medidas indispensáveis deixaram de ser tomadas pelo Executivo no ano passado devido ao período eleitoral. A Eletrobras, principal estatal do setor, disse que o problema atual das geradoras não se “deve meramente à condições hidrológicas adversas”, mas, sim, a decisões dos gestores do sistema –agentes do governo. As críticas foram seguidas por Furnas, Eletronorte e outras estatais geradoras de energia. A argumentação consta de documentos encaminhados à Aneel (agência reguladora do setor) para apresentar sugestões na discussão sobre quem vai pagar a conta pelo prejuízo das empresas quando elas são impedidas de gerar energia para poupar água.
Nos
documentos, a Eletrobras não aceita a solução apresentada pelo
Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um
risco maior no futuro por não gerar energia. Em troca, terão o contrato
de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Desde
2012, a Eletrobras tem posição interna contrária às intervenções do
governo, mas não a expunha. A estatal acumula prejuízos e suas ações
despencaram 52% desde 12 de setembro de 2012, quando o governo publicou a
MP 579, que reformulou o sistema elétrico. O objetivo do governo era
reduzir os preços da energia, mas as mudanças desequilibraram o setor e
tiveram efeito inverso: a tarifa subiu.
Nas
críticas, a Eletronorte diz que o governo não tomou medidas necessárias
em 2014 por ser período eleitoral: “(…) a despeito da situação
excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no
ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo
governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do
equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes.”
(…)
Retomo
Entenderam, caros leitores? Além da intervenção desastrada de Dilma no setor em 2012, contra a opinião quase unânime de especialistas, não de puxa-sacos, houve o que se pode chamar de pedalada elétrica. Isto mesmo: o governo deixou de tomar medidas que seriam impopulares porque estava de olho nas urnas.
Retomo
Entenderam, caros leitores? Além da intervenção desastrada de Dilma no setor em 2012, contra a opinião quase unânime de especialistas, não de puxa-sacos, houve o que se pode chamar de pedalada elétrica. Isto mesmo: o governo deixou de tomar medidas que seriam impopulares porque estava de olho nas urnas.
A
grande ironia é que Dilma chegou ao governo Lula como especialista em
energia… Vejam o que aconteceu com a Petrobras e com o setor elétrico,
que estão sob o seu comando há… 13 anos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário