”Lutei contra a ditadura, sim! Tomei borrachadas, engoli gás
lacrimogênio, corri da cavalaria na avenida São João em direção à praça
Antonio Prado e à praça da Sé. Participei das perigosas assembléias dos
sindicatos, onde milicos escondidos na massa guardavam na memória o
rosto dos mais exaltados. Arrisquei o emprego, pichei muro com o slogan
“Abaixo a Ditadura”. Distribui panfletos. Morri de medo. Chorei quando
anunciaram a devolução do poder ao povo: eu e mais alguns milhões. Hoje,
vendo pessoas morrendo em filas de hospitais, bandidos matando por R$
10, pessoas andando feito zumbi nas ruas por causa das drogas,
adolescentes que não sabem quanto é 6 x 8, meninas de 14 anos parindo
filhos sem pais, toda a classe política desse país desfilando uma
incompetência absurda, o nosso país sendo ridicularizado por tantos
escândalos... Eu peço perdão ao Brasil pela porcaria que fiz... Deveria
ter ficado em casa. Eu só gostaria de saber qual a justificativa para o
fato de o bolsa família, onde ninguém trabalha, ter o dobro do aumento
dos aposentados que trabalharam a vida toda. Somos mais de trinta
milhões de aposentados! Não podemos admitir que distribuam o nosso
dinheiro a quem nunca trabalhou 35 anos na vida (esta é a lei !)."
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