MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 31 de janeiro de 2015

Falta de medicamentos prejudica tratamento de Parkinson em Alagoas

Pacientes não recebem atenção adequada para conviver com a doença.
Secretaria Estadual de Saúde expõe que tratamento é burocrático.

Do G1 AL com informações da TV Gazeta
A falta de medicamentos e tratamento adequado está prejudicando as pessoas que sofrem com o Mal de Parkinson em Alagoas. O drama se estende aos familiares que não conseguem encontrar uma saída para o problema. Este é o caso da família do aposentado Mário Correia Costa, 64, que enfrenta a doença há mais de 20 anos.
Diagnosticado com a doença ele mexe todo o corpo involuntariamente. “A doença atingiu meu corpo todo e eu não consigo fazer mais nada. Eu trabalhava de motorista fazendo lotação e hoje estou aqui impossibilitado”, conta.

Ele toma seis tipos de remédio por dia para controlar os sintomas. Três deles, ele paga do próprio bolso porque, segundo a família, há meses estão em falta nas farmácias do estado e do município. Esforço que resulta em um gasto de R$ 400 por mês, valor que corresponde a mais da metade da aposentadoria.
Mesmo medicado, o estado de saúde dele piorou muito porque os remédios não fazem mais o efeito esperado. O laudo médico de dois anos atrás mostra que Mário Correia precisa com urgência de um implante de eletrodo cerebral profundo e implante de gerador, procedimento cirúrgico avaliado em R$ 234 mil.

“Fui por quatro vezes na Defensoria Pública e diversas vezes na Secretaria de Saúde de Maceió, sem falar dos contatos que eu tive por telefone com a própria secretária. Estou buscando outros auxílios para que a gente consiga essa cirurgia o mais rápido que puder. Eu consegui um médico que disse que se eu conseguisse pelo menos o material que vai ser utilizado na cirurgia ele faria o procedimento de graça. E essa doação é necessária, sem esse material que vai ser utilizado na cirurgia realmente não adianta”, conta Mauricéia da Silva Costa, filha de Mário Correia.

Ao não realizar a cirurgia do paciente, o defensor público, Eduardo Lopes, diz que a prefeitura de Maceió descumpriu uma decisão judicial do ano passado, e que, agora, o processo foi transferido para uma Vara da Justiça Estadual.

"Este caso já foi objeto de recurso pela Defensoria Pública e esse recurso já foi distribuído a um desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas. O que é interessante a gente frisar é a falta de respeito dos entes públicos para com as decisões judiciais. A pessoa tem uma decisão judicial, tem um direito assegurado, mas não vê esse direito cumprido”, reclama o defensor ao enfatizar que mesmo assim é interessante que as pessoas procurem a Defensoria Pública para ajuizar uma demanda individual ou coletiva.

Os tremores da aposentada Cícera Maria de Oliveira Lins também aumentaram. E para atividades simples do dia a dia ela se tornou dependente do marido. A doença se agravou porque, há meses, a aposentada deixou de tomar duas das três medicações necessárias para retardar o avanço da doença. Ela conseguia os remédios nas farmácias municipal e estadual. "É sempre a mesma resposta: estamos aguardando. Quando atendem né? Porque tem vez que não atendem. E agora, da última vez, disseram que os medicamentos só chegam em fevereiro", conta Cícera Maria.
Mário Correia que sofre do Mal de Parkinson precisa de cirurgia para melhorar a qualidade de vida (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Mário Correia que sofre do Mal de Parkinson precisa de cirurgia para melhorar a qualidade de vida (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Preocupação
A médica neurologista, Cícera Pontes, que também é presidente da Associação Parkinson Alagoas, explica que a doença não tem cura, mas as medicações trazem qualidade de vida aos pacientes. O problema é que, para serem receitados, é necessária a realização de exames específicos o que, segundo ela, é mais uma deficiência do serviço público de saúde.
“Alguns pacientes não têm acesso ao tratamento. Podem até ter, mas demora muito. Se o paciente necessita da medicação hoje, vai ter que esperar ou entrar em contato com outras farmácias e pagar pelo remédio que tem um custo caro”, expõe a médica.

Justificativas
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que o mandado de intimação para o tratamento médico hospitalar do paciente Mário Correia Costa tem como réu o município de Maceió e que o estado ainda não foi acionado em relação ao caso. No entanto, com o intuito de alertar a população sobre como agir em relação à requisição de procedimento cirúrgico, a Sesau esclarece que este paciente deverá procurar o complexo estadual regulador que, por meio tratamento fora de domicílio, irá orientar e ordenar o fluxo da requisição.

A Sesau informa ainda que o procedimento requisitado por este paciente, o implante de eletrodo cerebral, é contemplado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém não realizado em Alagoas; o que exige regulação para encaminhamento para a efetivação do procedimento solicitado. Na ocasião, a Sesau ainda disse que no caso das cirurgias e dos exames, o paciente tem que procurar a Secretaria Municipal de Saúde e depois para passar pelo complexo regulador no estado para ser inscrito no tratamento fora de domicílio. E, só depois disso, ter a orientação e autorização para requisições.

Ajuda
Como o médico se ofereceu a fazer de graça a cirurgia do paciente Mário Correia, os familiares estão tentando levantar dinheiro para comprar o material necessário. Quem puder ajudar deve entrar em contato com a família do paciente através dos números: 9360-7716 / 9999-7043 / 9139-6181.

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