Começa a procura por produtos e fantasias para o carnaval

por

Tamirys Machado

Publicada em  TRIBUNA DA BAHIA

Ainda não chegou fevereiro, mas o clima de carnaval já predomina nas ruas do centro da cidade. O comércio mostra-se aquecido com os produtos da folia em alta e quem passa pelos camelôs, lojas e shoppings percebe o ritmo diferente que já toma conta da capital baiana. Máscaras, que reverenciam os antigos carnavais, espumas, mamãe sacode, colares de Gandhy, rendas, miçangas e todos os adereços que deixam a festa ainda mais alegre estão em exposição. Com muita procura é a vez dos armarinhos lucrarem nessa época do ano, já que o entre e sai nessas pequenas lojas não para. São homens procurando adereços para os blocos travestidos, mulheres dando o toque especial nas camisas dos blocos e camarotes e mães procurando as fantasias para os pequenos.
No armarinho Suzi, no Largo Dois de Julho, os colares havaianos e a plumas enfeitavam a frente da loja. Segundo a gerente Mara Rocha, a procura começou logo após as festas de final de ano, mas só se intensificou na semana passada. “Tudo relacionado ao bloco Filhos de Gandhy tem muita procura essa época. As contas para os colares, luvas e medalhas são os mais vendidos”, disse.
Mas nessa loja especifica, não é só o Gandhy que dá lucro. Os blocos travestidos também. A gerente conta que o bloco de Pierrô do bairro de Plataforma, são os foliões mais fies. “Eles procuram o tecido estopinha, que serve para fazer o babado do pierrô. Colar, confete, serpentinas e o gizú, que são os instrumentos que produz barulho ao sacudir”, conta. Segundo ela, a loja dá desconto para quem levar em quantidade.
Já a vendedora Silvia Patrícia, atende apenas os associados do tradicional bloco travestidos As Muquiranas. “As miçangas, passamaria dourados, e acessórios para incrementar a fantasia, que este ano é de baiana, são bem vendidos”. Ela até dá dicas para os “marinheiros de primeira viagem”: “Quem vai curtir o bloco pela primeira vez ainda não sabe direito o que comprar, ai dou dicas de preços, dos produtos que mais saem, do que está na moda etc”, afirmou.
Os preços têm para todos os bolsos, variando entre R$1 até R$30. Na Avenida Sete, o amarinho São Luiz está todo produzido com a “cara” do carnaval. Logo na entrada, as máscaras dos antigos bailes dão vida ao espaço, além das plumas de cores fortes, como rosa, amarelo e verde. O dourado também não sai de moda. A vendedora Arlerte Sandra revela que as máscaras que têm mais saídas são as brilhantes. “As mais chiques custam R$25 e as mais básicas a partir de R$7, tem também as de papel que custa R$2”, disse. E se perguntar quem dá mais lucro, os foliões do Gandhy ou das Muquiranas, a resposta é rápida: As Muquiranas! Arlete  disse que o pessoal do  Gandhy só procura contas para os colares, mas entre os travestidos a diversidade é grande.
Plumas e colares são os mais procurados para a folia
“Adereços, colares, plumas das mais simples que são chamados de stola, e tudo que tenha brilho e cor forte”, disse. Em frente à loja, o clima da folia momesca ficou por conta do carro de som tocando as antigas marchinhas do carnaval. “Tenho marcinha, músicas de Dodô e Osmar, Axé dos anos 80 uma variedade musical com o tema de carnaval”, disse o vendedor de CD, Josefar Santos, que fatura bem nesta época do ano.
À volta às aulas também aquece o mercado carnavalesco, por conta das festinhas escolares que fazem bailinhos da folia. A fantasia infantil é o principal item para deixar os pequenos bem produzidos. A vendedora Josefa Oliveira ha cinco anos vende fantasias nessa época do ano. Ela diz que a próxima semana é o período que mais vende por conta da volta às aulas, mas o calendário escolar não ajudou muito.
 “Ano passado foi melhor porque o carnaval foi final de fevereiro e as aulas começaram no início do mês, então teve bastante tempo para os pais comprarem as fantasias dos filhos”, afirmou. As que têm mais saídas, segundo Oliveira, são as de Havaiana, Odalisca, Pirata, Super Man e as meninas do desenho animado Monster High.