Homem recusou recompensa de R$ 100 e pediu oportunidade de trabalho.
Gustavo Lemos vai trabalhar como auxiliar de bar em festa de réveillon.
O empresário Leonardo Buzzi afirma que ainda insistiu para que o morador de rua aceitasse a quantia, mas o homem se mostrou irredutível. Dono de uma organização que oferece open bar, ele encontrou outra forma de demonstrar agradecimento: contratou Lemos para ser auxiliar de bar nos dois dias de uma festa de réveillon no Pontão do Lago Sul, por R$ 300.
“Fui fazer uma transferência em caixa eletrônico e acho que, quando desci, meu telefone caiu e eu não percebi. Só vi em casa. Liguei, deixei mensagem, nada. Depois, dava como desligado – e eu já esperava, porque tinha acabado a bateria”, explica. “Horas depois tentei e, para minha surpresa, ele me atendeu e disse que tinha encontrado o celular.”
O morador de rua conta que achou o equipamento – que custa R$ 2,2 mil na versão básica – já sem bateria e procurou um quiosque onde poderia carregá-lo. Então, esperou até que o dono aparecesse para poder devolver o iPhone.
O encontro aconteceu no local onde o aparelho foi achado, que é também onde Lemos costuma dormir e vigiar carros. O empresário levou dez camisetas e bermudas, além do dinheiro.
“Nossa, foi um baque, me deu um nó na garganta quando ele disse que era morador de rua”, lembra Buzzi. “Peguei tudo, botei na sacola, passei no caixa eletrônico e tirei, assim, R$ 100, um troco só, e fui onde a gente combinou. Pensei: ‘nessa época do ano deve ser difícil’. Achei que era o mínimo que eu poderia fazer.”
Publicação
do empresário Leonardo Buzzi em rede social, a respeito da atitude do
morador de rua do DF (Foto: Facebook/Reprodução)
O morador de rua se negou a aceitar o dinheiro e chorou quando o
empresário pediu que ele aceitasse ao menos como presente de Natal. Sem
querer dar detalhes da vida pessoal, o homem contou que passou a noite
de 24 de dezembro sozinho e que a vontade dele era ter um emprego.Os homens voltaram a se encontrar nesta segunda, quando Lemos pôde conhecer a estrutura da festa na qual vai trabalhar. Ele não escondeu a satisfação. “Fiquei muito feliz, muito contente por estar trabalhando.”
O empresário também se disse satisfeito por dar emprego ao morador de rua. “Tenho tudo no celular. Todo trabalho, toda agenda. Para mim foi uma felicidade muito grande ter o aparelho de volta, mas maior ainda vindo das mãos de quem veio. Foi uma injeção de fé. Veio de quem a gente não espera nada, e o cara teve uma atitude muito digna”, concluiu.
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