Marcelo Prates/Hoje em Dia
Sem consumidores nos feriados, comerciantes de Belo Horizonte perdem vendas
Adorados pela maioria dos trabalhadores, os feriados são vistos como
algozes por setores da economia. Em 2015, na capital mineira, serão pelo
menos 12, sendo que a metade cairá na segunda ou na sexta-feira. Com
tantos dias de lojas fechadas, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo
Horizonte (CDL-BH) calcula que o prejuízo ultrapasse a casa de R$ 1,06
bilhão no ano que vem. Em 2014, quando alguns feriados aconteceram nos
finais de semana, o rombo foi de 950 milhões.
Segundo o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, tantos feriados em dias
úteis são um convite à possibilidade de enforcamento, já que as datas
favorecem quem deseja pegar a estrada ou o caminho do aeroporto. E o
resultado é pouco movimento no comércio. “Quando há muita indústria em
um município, normalmente o funcionário volta ou nem viaja, porque
precisa trabalhar no dia seguinte. Mas aqui, onde o forte são serviços e
comércio, a coisa se complica. Esses feriados criam um desânimo na
capital”, diz.
Segundo Falci, apenas no Carnaval, quando as lojas não abrem as portas
na segunda e terça-feira, e o expediente só retorna ao meio-dia da
quarta-feira de Cinzas, a perda financeira aproxima-se de R$ 190
milhões. “Em um só dia de comércio fechado, o setor deixa de faturar R$
76,01 milhões. Mas quando os feriados caem na terça ou quinta, o impacto
sobre o varejo é ainda pior, pois o consumidor pode emendar o feriado
com mais um dia útil e com o final de semana que antecede ou sucede a
data”, reclama.
Em 2015, na terça e na quinta serão comemorados dois feriados. O
primeiro é no dia 21 de abril, em homenagem a Tiradentes. O outro cai em
4 de junho, Corpus Christi. O ano que vem terá ainda três feriados na
segunda – 7 de setembro, 12 de outubro e 2 de novembro – e três na
sexta, quando são celebrados Paixão de Cristo, em 3 de abril, Dia do
Trabalho, no 1º de maio, e o Natal.
Para o dirigente, com o que chama de excesso de feriados, perdem
patrões e empregados, uma vez que a maioria dos comerciários ganha
comissão sobre as vendas para complemento do salário.
“O feriado é bom, desde que não atrapalhe a economia. No nosso caso, um
setor importante fica desativado, o que gera reflexos ruins no PIB, que
já anda mal das pernas”, comenta Falci.
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