Custo de produção do arroba passou de R$ 80 (2013) para R$ 88 (2014).
Produtores dizem que não encontro boi magros a preço justo.
Uma propriedade em Santa Helena, na região sudoeste do estado, tem 885 hectares e é o endereço de uma das maiores fazendas de confinamento do estado. Os animais ficam o tempo todo em piquetes onde começa o processo de ganho de peso.
Depois que chega a fazenda, o gado leva 90 dias até que fique pronto para o abate. Os animais seguem uma dieta rigorosa para que a média de engorda chegue a quase dois quilos por dia.
A ração é produzida na própria fazenda com silagem de cana e milho, sorgo, caroço de algodão, farelo de soja e composto mineral. Segundo o pecuarista Pedro Merola, o normal seria que os currais estivessem bem cheios. A capacidade é de acomodar 20 mil bois de uma só vez. Só que a lotação no fim desse ano é de pouco mais de 14 mil cabeças: cerca de 2 mil animais são do pecuarista e o restante de criadores que alugam o espaço para a engorda.
Para Pedro, dois fatores afetaram a oferta de animais."Esse ano nós estamos pagando num boi magro de 12 arrobas por volta de R$ 145 a arroba posta aqui na fazenda. O ano passado você comprava por R$ 110. R$ 108”, diz o produtor.
O outro fator é o aumento nos custos de produção da arroba, que passou de R$ 80 no ano passado para R$ 88 este ano. Com isso, o valor cobrado pela diária, que era de R$ 5,70 no meio do ano, está agora em R$ 6,35.
Bruno Guimarães é um dos pecuaristas que sempre confinam o gado na Fazenda Santa Fé. Parte do rebanho dele já está pronta para ser mandada para o frigorífico. Ele conta que trouxe menos animais para o confinamento este ano. “Enquanto a gente faz uma venda do boi gordo a R$140, pra repor você encontra o boi magro de R$150, R$160. E isso inviabiliza a terminação em confinamento. Hoje nós temos 30% de animais a menos do que no ano passado em razão da dificuldade de repor o boi gordo e comprar o boi magro”, diz Bruno.
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