Na avaliação do governo, os gastos com esses benefícios estavam saindo de controle
O
governo federal anunciou, ontem, regras mais rígidas que devem reduzir o
pagamento de benefícios como pensão por morte, auxílio-doença, abono
salarial, seguro-desemprego e seguro-defeso. As mudanças devem ser
publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União. Essas mudanças
só afetam futuros beneficiários, tanto do setor público como do INSS.
Não atingem quem já recebe esses recursos.
O objetivo é economizar R$ 18 bilhões anuais a
partir de 2015, equivalente a 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto), com
pagamento de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte,
auxílio-doença e seguro-defeso (pago a pescador artesanal). A meta é
ajudar a reequilibrar as contas públicas para recuperar a credibilidade
da política fiscal do governo. Essas medidas podem garantir 25% do
superávit das contas públicas prometido pelo futuro ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, para 2015.
Na avaliação do governo, os gastos com esses
benefícios estavam saindo de controle. As despesas com pensão pós-morte,
por exemplo, subiram de R$ 39 bilhões em 2006 para R$ 87 bilhões em
2013. A “minirreforma previdenciária” foi anunciada após reunião dos
ministros com centrais sindicais, entre elas CUT e UGT, no Palácio do
Planalto. Entre as mudanças definidas está a triplicação do prazo
exigido para que o trabalhador peça pela primeira vez o
seguro-desemprego.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Aloísio
Mercadante, será elevado de seis meses para 18 meses o período seguido
de trabalho para que os recursos sejam liberados ao contribuinte que
acaba de ficar desempregado. “Verificamos que 74% do seguro-desemprego
está sendo pago para quem está entrando no mercado de trabalho. Agora, o
trabalhador terá que trabalhar um ano e meio para ter esse direito”,
disse.
Para solicitar o benefício pela segunda vez, o
trabalhador terá que ter trabalhado por 12 meses seguidos. Na terceira
solicitação, o período de trabalho exigido voltará a ser de seis meses.
Mercadante disse que as limitações à concessão dos programas servem para
“corrigir excessos e evitar distorções”. As novas regras passam a valer
a partir de hoje, mas precisam ter a validade confirmada pelo Congresso
Nacional em até 120 dias.
SEGURO-DESEMPREGOAntes,
tinha direito ao seguro desemprego quem trabalhava por, no mínimo 6
meses com carteira assinada. Agora, a exigência é de 18 meses. Já para
fazer a segunda solicitação do seguro-desemprego, é necessário ter 12
meses de carteira assinada. Já a terceira solicitação só poderá ser
feita com mais 6 meses de carteira assinada.
PENSÃO POR MORTEAgora
haverá carência. O depende recebe o benefício apenas se, quem morreu,
tiver contribuído 24 meses com carteira assinada. Há ainda a exigência
de comprovação de casamento ou união estável por pelo menos dois anos.
PENSÃO POR MORTE - CÁLCULO
A pensão por morte não será mais paga de forma integral. Agora, será pago 50% do valor, mais 10% por dependente. Além disso, cônjuges jovens não receberão mais a pensão vitalícia. O pagamento também vai depender da expectativa de vida do beneficiário.
A pensão por morte não será mais paga de forma integral. Agora, será pago 50% do valor, mais 10% por dependente. Além disso, cônjuges jovens não receberão mais a pensão vitalícia. O pagamento também vai depender da expectativa de vida do beneficiário.
AUXÍLIO DOENÇAAntes, a partir de 15 dias o beneficiário já podia receber o auxílio doença. Agora só oderá ocorrer a partir de 30 dias.
ABONO SALARIALPara
receber o abono salarial é necessário trabalhar durante 6 meses sem
interrupção. Antes, a exigência era de 1 mês. Além disso, o beneficio
passa a ser proporcional do tempo trabalhado.
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