Exames serão feitos até a segunda-feira (25), de acordo com o Lacen.
Estimativa é que 800 imigrantes sejam examinados.
Exames
de filariose, malária e doença de chagas são feitos até a segunda-feira
(25) em abrigo da capital (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Os imigrantes que vivem no abrigo em Rio Branco
são submetidos, desde a quarta-feira (24), a exames para o diagnóstico
de filariose, doença parasitária popularmente conhecida como
elefantíase. A estimativa é que 800 pessoas sejam avaliadas até a
segunda-feira (29), tendo em vista a rotatividade do local. Exames de
malária e doença de chagas também são feitos.O trabalho é realizado pelo Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco, com o apoio de equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Laboratório Central (Lacen) e Serviço de Assistência Especializada (SAE).
O coordenador do Serviço de Referência Nacional em Filariose da Fiocruz, Abraham Rocha, explica que atualmente a prevalência da doença está praticamente controlada no Brasil. Por isso, o intuito é oferecer tratamento aos que, porventura, forem portadores do parasita e também evitar que a doença chegue em outras áreas do país.
"Como os imigrantes vêm de várias áreas pesadamente endêmicas, é importante que se faça o exame, porque muitos podem levar a doença para áreas que não existem mais esse problema ou introduzir em lugares que nunca, historicamente, existiram casos positivos", explica.
Estimativa é que 800 exames de filariose sejam feitos nos imigrantes em Rio Branco (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
O resultado do exame de filariose fica pronto após 10 minutos. No
entanto, o Lacen deve encaminhar ao abrigo, na próxima semana, os
resultados por escrito dos três exames. De acordo com a coordenadora do
setor de endemias do Lacen, Lucineide Valentim, casos diagnosticados de
qualquer uma das doenças serão informados para o estado de destino, caso
o imigrante já tenha viajado. O local de referência para tratamento da
filariose no estado é o SAE, localizado no Hospital das Clínicas."Os casos diagnosticados serão comunicados para a vigilância epidemiológica estadual e municipal, que terão a responsabilidade de localizar essas pessoas e verificar a lista de embarque par que seja comunicado ao estado de destino", garante.
Abrigo e rota migratória
O abrigo na estrada Irineu Serra é administrado pelas secretarias de Desenvolvimento Social e Justiça e Direitos Humanos do Acre e recebe imigrantes desde junho de 2014, quando foram transferidos de um outro local montado no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, também na capital. Todavia, entre 2010 e abril de 2014, os imigrantes ficaram em abrigos montados na cidade de Brasiléia, distante 232 km da capital acreana.
O Acre é, desde 2010, porta de entrada para estrangeiros que desejam entrar no Brasil. A rota que passa pelo Equador, Peru e pelas cidades acreanas de Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia, foi iniciada por imigrantes haitianos que desejavam refazer suas vidas, após um terremoto que devastou Porto Príncipe. Porém, atualmente também é utilizada por pessoas de outros países, incluindo República Dominicana, Senegal e Nigéria.
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