Manifestantes reivindicam reforma agrária da terra e distribuição de lotes.
Após reintegração, famílias estão acampando às margens de rodovia.
Agricultores se reuniram em frente ao prédio do Incra (Foto: Aline Nascimento/G1)
Trabalhadores rurais da Fazenda da Brahma, localizada na estrada do
Mutum, realizaram um protesto em frente à sede do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), na manhã desta terça-feira (30),
em Rio Branco.
Os manifestantes reivindicam que seja concluída a reforma agrária na
fazenda para que as famílias sejam assentadas na propriedade.Depois de cumprir acordo com a polícia durante a reintegração de posse, há 11 meses, mais de mil famílias que ocupavam a fazenda tiveram que sair e procurar outro lugar para morar. Insatisfeitas, algumas dessas famílias, como forma de protesto, estão acampando às margens da rodovia, desde então.
"O policiamento tirou a gente, ficamos na beira da estrada, estamos lá até hoje. Tem ao menos umas 300 famílias na beira da estrada, o restante foi para a casa de familiares ou para a cidade, porque não tinha como comportar todo mundo. Todos os acordos, decisões do juiz foram cumpridos. Agora queremos que eles entrem, cortem, loteiem e nos entregue", disse Eladio Frota, presidente da Comissão da Fazenda Brahma.
De acordo com Frota, a fazenda foi negociada há mais de dois anos pelo Incra, mas até agora nenhum dos trabalhadores recebeu um posicionamento de quando a terra será dividida. "Queremos que o Incra de uma documentação, ou fale com alguém da comissão, deem uma posição correta do que eles vão fazer de agora em diante. Porque estamos há 11 meses aguardando, tendo conversas e os acordos não foram cumpridos. Estamos aguardando uma resposta com data e dia, para que nosso povo saia daqui sabendo que será assentado", contou Eladio.
Segundo Reginaldo Ferreira, superintendente do Incra, todos os trâmites de negociação com a Justiça já estão sendo concluídos para a entrega dos lotes, mas apenas as famílias cadastradas no sistema serão beneficiadas.
"Já estamos quase recebendo a posse, a gente encaminha o pedido para o juiz federal e ele dá a posse pro Incra. Estamos fazendo o processo de seleção das famílias cadastradas que serão beneficiadas. Precisamos avaliar e ver quem tem perfil para a reforma agrária, porque muitos dali não precisam. Alguns são comerciantes, funcionários públicos e a terra não é para fazer chácara, a terra é para a reforma agrária, pra quem precisa dela", disse o superintendente.
de terra (Foto: Aline Nascimento/G1)
"Foi prometido muita coisa pra gente, tivemos várias reuniões e até agora nada. Não queremos mais promessas, nem santo quer promessa. Não podemos viver assim. Não estamos passando necessidades porque recebemos doações de outras pessoas", contou dona Benedita.
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