Dilma tem conseguido pontos importantes ao apontar Marina Silva como mentirosa. Curiosamente, seus adversários tem medo de apontá-la como mentirosa também. Se a campanha petista é a mais mentirosa da história da política nacional, por que usar luvas de pelica?
Uma tese que defendo é que o PT encontrou o tom mais conveniente para o partido: mentir em tal quantidade que seus adversários desistem de rebater, tamanha a quantidade de mentiras. Mas é justamente neste momento que os opositores deveriam aproveitar para demonstrar ao público o tamanho da falsidade. Isso independentemente de quem vá para o segundo turno.
Por exemplo, Dilma disse, cinicamente, que demitiu Paulo Roberto Costa. Mas veja essa ata abaixo, publicada por Helio Shiguenobu Fujikawa, Secretário-Geral da Petrobrás, com o que foi apresentado em uma reunião do Conselho envolvendo Guido Mantega, Graça Foster e outros, em 2 de maio de 2012:
Como diria o programa de João Kleber, pára, pára, pára…
Observe que os petistas estão fazendo a propaganda dizendo que “Dilma demitiu Paulo Roberto Costa” e que ela discordava da forma como ele dirigia sua organização. Porém, a ata mostra que Paulo Roberto Costa renunciou ao cargo, até por que estava se aposentando (aha: será que os petistas achavam que ninguém descobriria essa contradição?). E mais ainda: a ata mostra que os conselheiros o agradeciam pelos relevantes serviços prestados no desempenho de suas funções.
Nenhum conselho elogiaria alguém que acabou de demitir por suspeitas de corrupção, o que implode de vez a argumentação de Dilma dizendo que ela “não concordava” com a forma com a qual Paulo Roberto Costa dirigia a área de abastecimento da Petrobrás.
O mais importante é o fato: Dilma mentiu no debate da Record em 28/09 ao dizer que demitiu Paulo Roberto Costa. Ele renunciou. Isso é o que está escrito na ata da empresa, uma evidência que dificilmente se contesta. Até por que todos sabem que no mundo corporativo, o que está registrado na ata não pode ser negado.
Será que o PT quer brigar com essa ata agora? Aí teríamos mais um ponto a desconstruir: o quanto é capaz de descer uma presidente se quiser brigar até com as atas da Petrobrás? No momento em que as atas da Petrobrás não valerem mais nada, aí é que a empresa perde todo o resto de sua credibilidade, pois, como já disse, o que está em ata não pode ser negado.
E aí, Dona Dilma, quer lutar contra uma ata da maior empresa pública do Brasil?
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