MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 1 de julho de 2014

Argentinos dizem que passaram por casos isolados de hostilidade em SP


Comerciante diz que foi tratado com rispidez em bar perto da Av. Paulista.
Torcedores estão reunidos em acampamento no Anhembi.

Ana Carolina Moreno Do G1, em São Paulo
Carlitos Fortunato, de Santa Fe, disse que brasileiros soltaram fogos ao lado do acampamento de madrugada (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)Carlitos Fortunato, de Santa Fe, disse que brasileiros soltaram fogos ao lado do acampamento de madrugada (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Embora digam que a maior parte do tratamento que receberam no Brasil foi amável, alguns torcedores da Argentina acampados no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, dizem que passaram por episódios de hostilidade na cidade. Para eles, a rivalidade com os brasileiros deve ficar só no futebol: no resto do tempo, é só amizade.
Alfredo Vivio, comerciante de 40 anos da cidade de Coronel Pringles, na província de Buenos Aires, afirmou que, no geral, tem sido bem tratado pelos paulistanos desde que chegou, há quatro dias. Porém, em uma rua de bares próxima à Avenida Paulista, ele diz que brasileiros que estavam em um bar os trataram com rispidez. "Disseram: 'vocês não têm que ficar cantando aqui', mas nós não estávamos fazendo nada", explicou ele. "Nós não temos rivalidade com brasileiros. Nossa rivalidade é com os chilenos", disse Alfredo.
 
No próprio acampamento, no Anhembi, vários argentinos relataram pelo menos dois episódios em que brasileiros foram até a entrada do estacionamento à noite para soltar fogos de artifício em direção aos torcedores visitantes. "Há duas noites [domingo] e ontem eles vieram à 1h e às 4h ou 5h", disse Carlitos Fortunato, morador de Santa Fe de 34 anos.
Ele não se deixou afetar pela tentativa dos anfitriões do jogo das oitavas de final, entre Argentina e Suíça, de atrapalhar seu sono. "A rivalidade sempre existe, porque Maradona é maior que Pelé", brincou.
Um argentino que não quis se identificar disse que foi bem tratado em Porto Alegre. Mas, quando chegou a São Paulo, às 18h de segunda-feira (30), levou várias horas até descobrir como chegar até o grupo de argentinos porque não recebeu ajuda dos locais. "Parei em um posto de gasolina e pedi para usar o wifi de uma mulher, ela nem quis falar comigo, disse que não me entendia", reclamou ele.
Segundo o torcedor do San Lorenzo, que dirigiu milhares de quilômetros de carro com dois amigos até São Paulo, ele ouviu diversas piadas ofensivas de outros motoristas quando eles percebiam que a placa do seu carro era da Argentina. "Tem carro aqui nesse estacionamento com placa do Brasil, e nós não fizemos nada de mal com eles", comparou.
Dos quase 200 carros no local, segundo estimativa da SPTuris, a reportagem encontrou dois veículos com placa brasileira: um de Belo Horizonte e outro de Ponta Grossa.
Mulheres reclamam de machismo
Um grupo de três amigas de El Chaltén veio ao Brasil no furgão de uma delas. As três disseram que receberam tratamento amável de todos os brasileiros, e que procuram ficar distantes da festa dos argentinos para não se preocupar.
Mas afirmaram que tanto as pessoas da Argentina quanto as do Brasil têm a mesma reação quando as conhecem. "Eles acham impossível que três mulheres possam viajar sozinhas. Estão sempre esperando um namorado aparecer. São muito machistas", reclamou Mariana Espil, de 32 anos, que usa o furgão entre outubro e abril para vender verduras na sua região.
Como no inverno ela tem férias, Mariana decidiu viajar ao Brasil durante a Copa com as amigas Sofía Walsh, de 30 anos, e Mariana Montaldo, de 33 anos.
Mariana Montaldo, Sofía Walsh e Mariana Espil disseram que são bem tratadas pelos brasileiros (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)Mariana Montaldo, Sofía Walsh e Mariana Espil disseram que são bem tratadas pelos brasileiros (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)

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