Reunião desta quarta terminou sem acordo entre fundos e governo argentino.
Pollack diz estar disponível para continuar negociações.
"A república da Argentina não alcançou nenhuma das condições e, como resultado, vai estar em default", afirmou Daniel A. Pollack, se referindo a um acordo para que o país pudesse pagar os fundos como determinado pela Justiça para então quitar a parcela da dívida já reneociada que vence nesta quarta.
A reunião desta quarta, no entanto, terminou sem acordo entre a Argentina e os fundos. O país reiterou que não pode fazer uma oferta diferente da negociada com os demais credores e pediu a suspensão da sentença. Os fundos mais uma vez não aceitaram a proposta.
Pollack considera ainda que o calote não é uma condição técnica, já que afeta de forma real a vida das pessoas e dos investidores. "Apesar de argumentos contrários, default nãp é uma condição meramente técnica, mas um evento real e doloroso que machuca pessoas reais: isso inclui os cidadãos argentinos comuns, os credores que renegociaram (que não vão receber os juros) e os que não renegociaram (que não receberão o pagamento determinado pela Justiça)."
Ele disse ainda estar disponível para continuar a negociação. "Não é meu papel ou intenção apontar culpas de qualquer lado. Continuarei disponível para as partes para ajudá-los a chegar a uma resolução em que os interesses de todos sejam alcanaçados."
Uma sentença da Justiça dos EUA determinando o pagamento aos fundos que não aceitaram renegociar a dívida travou a parcela da dívida já renegociada com os demais credores. Ela vence nesta quarta e já foi paga, mas ficou bloqueada porque o país não pode privilegiar credores.
"Os fundos querem mais e agora", disse o ministro da economia argentino, Axel Kicillf após a reunião. Segundo o ministro, o país ofereceu que os fundos entrassem na renegociação já feita em 2005 e 2010 ou que fosse dada a suspensão da sentença para que o país fizesse o pagamento aos demais credores. Ambas as propostas já haviam sido feitas ao logo da negociação e foram repetidas nesta última reunião antes do fim do prazo oficial.
Calote seletivo
Antes do anúncio do resultado da reunião, a agência de risco Standard&Poor´s rebaixou a nota de risco do país e considerou que o país já estava em calote.
O calote só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony) por recomendação do juiz Thomas Griesa, que julga o processo de fundos especulativos contra a Argentina pela dívida em moratória desde 2001.
A Standard & Poor's argumentou em comunicado que, após vencer hoje o período de carência de 30 dias que o governo da Argentina tinha para que o dinheiro chegasse aos credores, se configurou o "default seletivo".
"Caso a Argentina saneie o descumprimento do pagamento dos bônus reestruturados, então poderemos revisar nossa qualificação em função do risco residual de litígios que o país pode ter, de seu acesso aos mercados de dívida internacionais e de seu perfil de risco geral", acrescentou a agência S&P.
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