| 29 Julho 2014
Artigos - Mídia sem Máscara
Artigos - Mídia sem Máscara
Com
esses apoiadores e tanta identidade de pontos de vista, eu não preciso
saber mais para compreender a quem serve esse projeto.
Buscando informações sobre o projeto de reforma política que vem sendo objeto de coleta de assinaturas, descobri uma nova dimensão da hegemonia que se estabeleceu sobre a nação. Qual o partido ou tendência ideológica que lhe vem à mente quando eu menciono MST, CUT, Via Campesina, CONTAG, UNE? Pois bem, fazendo a tal busca, obriguei-me a ler as 23 páginas do projeto de lei que "dispõe sobre o financiamento das campanhas eleitorais e o sistema de eleições proporcionais". Tratei, igualmente, de saber de onde ele veio. Esse projeto, foi divulgado em outubro do ano passado pelo movimento Eleições Limpas (www.eleicoeslimpas.com.br) e hoje é acionado por uma certa Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas (procure no Google por esse nome e clique em "Quem somos").
Vê-se,
ali, que a coalizão é formada por 99 entidades - sim, você leu certo,
99! - contadas uma a uma. Entre as já mencionadas, ainda encontrei
outros velhos conhecidos: FENAJ, UBES (estudantes secundaristas), CNTE
("trabalhadores" em educação), CONIC (aquele Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs que apoiou oficialmente o PNDH-3), o MMC (Movimento das
Mulheres Camponesas, aquelas que invadiram os laboratórios da Aracruz em
2006), um certo Fórum Paulista de Participação Popular (cujo site é
encimado por peça publicitária de um candidato do PT a deputado
federal), a Via Campesina, a UBM (entidade de mulheres pró-aborto), RFS
(Rede Feminista de Saúde, pró-aborto), a REBRIP (rede de ONGs e
movimentos sociais com propostas "alternativas"), a Liga Brasileira de
Lésbicas, o Movimento Evangélico Progressista, a Articulação Mulheres
Brasileiras (pró-aborto e contra os direitos dos nascituros). E por aí
vai. Sabe quando a oposição conseguirá reunir algo semelhante a esse
formidável elenco de militantes ONGs, grupos, movimentos, uniões,
conselhos, redes, ligas, associações, federações, centrais, etc.?
Encimando
a lista, mas como fios da mesma meada, luzem os logotipos e as siglas
da CNBB e da OAB. Isso mesmo. Mais uma vez, você leu certo. As duas
entidades, juntam-se a estranhíssimas parcerias, revolucionárias umas,
desrespeitadoras da lei outras, objetivamente criminosas outras mais,
para propor à nação uma "reforma política" praticamente igual à que o PT
sempre pretendeu. Quem duvida, informe-se. O 3º Congresso do PT, em
2007, definiu-se por uma reforma política que estabelecesse: 1) o
financiamento público das campanhas; 2) o voto em listas fechadas; 3) a
representação de gênero, raça e etnia. O projeto da Coalizão: 1) cria o
financiamento público e proíbe o financiamento de empresas; 2)
estabelece o voto em lista fechada; 3) gratifica com mais recursos
públicos o partido que apresentar candidatos de segmentos sociais
minoritários. E faz dois adendos ao projeto do PT: 1) admite o
financiamento de pessoas físicas até o limite de R$ 700; 2) acrescenta à
proposta petista um segundo turno nas eleições parlamentares para o
ordenamento final das cadeiras por voto nominal. Nem uma palavra, nem um
pio, sobre o que mais importa: delegar a chefia de Estado e a chefia de
governo a pessoas distintas, impor o desaparelhamento partidário da
administração pública e estabelecer o voto distrital misto.
Com
esses apoiadores e tanta identidade de pontos de vista, eu não preciso
saber mais para compreender a quem serve esse projeto. E concluo: se ele
serve a quem serve, não serve ao Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário