Clube tem contrato de consultoria com a Romar Representações, sociedade que madrasta de Assumpção mantinha com seu falecido pai
- A empresa Romar Representações foi a responsável pelo contrato de patrocínio do Grupo Viton 44, iniciado em 2010, tendo em vista o excelente relacionamento comercial que possuía com o Grupo. Na ocasião, todos os detalhes da operação foram objeto de discussão e análise por parte de diretores executivos dos departamentos envolvidos em negociações desta natureza. Houve consenso de que se tratava de uma oportunidade importante de negócios e que o contrato não apresentava qualquer tipo de impedimento sob a ótica do Estatuto do Botafogo de Futebol e Regatas.
Marcelo, sócio da Romar e irmão de Maurício, foi repórter em projetos do Botafogo (Foto: Reprodução / Facebook)
O presidente admitiu que não trabalha mais como dentista em seu consultório - mas disse seguir em suas atividades como cirurgião-dentista e professor. E assegurou não ter nenhuma participação na empresa:
- Eu, Mauricio Assumpção de Souza Junior, não tenho participação na empresa Romar Representações LTDA e sequer recebi qualquer valor oriundo da empresa, como comprova meu Imposto de Renda. Após o falecimento de meu pai, a família concluiu o inventário onde não tenho participação acionária ou sequer vínculo empregatício com a empresa. Finalizando, gostaria de esclarecer que, desde o início, a operação foi tratada com clareza e transparência, sem qualquer tipo omissão dos fatos, mesmo procedimento utilizado para operações comerciais semelhantes.
A Romar foi fundada em 1993 por Rosemerie e tinha originalmente como sócio Marcelo Assumpção, irmão mais novo do presidente. Em 2005, Marcelo saiu da sociedade e foi substituído Maurício, o pai. Em 2010, a empresa assinou contrato com o Botafogo e passou a receber valores relacionados ao contrato do clube com a Viton. Marcelo Salles de Assumpção, que é ator, também prestou serviços para o Botafogo entre 2010 e 2011, trabalhando como repórter no projeto de marketing chamado de "Botafogo Experience".
Documento
que registra entrada do pai do presidente alvinegro na sociedade da
Romar, no lugar antes ocupado pelo irmão do dirigente, Marcelo Salles
(Foto: Reprodução)
Maurício, o pai, faleceu em novembro
do ano passado. Em janeiro deste ano, o Botafogo renovou e ampliou seu
contrato com a Viton - que hoje contempla a exibição das marcas
"Guaraviton" e "Carioquinha" no uniforme. A renovação foi tocada pelo
departamento comercial alvinegro em conjunto com a Romar. Os valores do
contrato, segundo fontes do clube, chegariam a R$ 25 milhões anuais.
Nesse caso, a comissão que a Romar teria a receber por 2014 seria de R$
1,25 milhões.No último dia 7, Maurício Assumpção confirmou a existência do contrato com a Romar em carta ao Conselho Fiscal do clube - que havia questionado sobre a existência de intermediários no contrato com a Viton. O presidente do Conselho Fiscal do Botafogo, Antônio Braga, informou ter conhecimento da relação entre o clube e a Romar representações e que não foi verificada qualquer irregularidade.
- Informo que o CF tem conhecimento da relação contratual da empresa Romar com o BFR, estando tudo devidamente registrado na contabilidade do clube. Ressalto que a relação comercial entre as partes está de acordo com o Estatuto Social do Clube, não sendo verificada nenhuma irregularidade.
Indagado se também estava ciente de que a empresa tem como sócios familiares de Maurício Assumpção, Braga afirmou que essa questão não é da competência do conselho.
- Não compete ao CF. O nosso trabalho é o acompanhamento da execução financeira e contábil dos contratos.
A primeira sede da empresa fundada em 1993 era uma sala no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. Marcelo Assumpção e Rosemerie Santos tinham cotas iguais e eram igualmente responsáveis pela gerência da empresa. A atividade fim descrita no contrato social, que permanece inalterada, é "representação comercial por conta de terceiros".
Segundo a certidão de inteiro teor da empresa, solicitada pela reportagem no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro, Maurício pai entrou como sócio substituindo Marcelo em 2005 com cotas no valor de R$ 3 mil (o capital social da empresa seria de R$ 6 mil). Consta também a mudança da sede da empresa para a cobertura no Recreio dos Bandeirantes onde Maurício vivia com Rosemerie.
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