Nova campanha de Friboi é pela unidade

Lênia Soares   Um dia depois de definido o pré-candidato único do PMDB, o clima entre os demais postulantes da oposição era de otimismo. Todos se consideraram “ganhadores” com o resultado da briga interna. O único aparentemente afetado de forma negativa com o “trauma” da decisão foi o “ganhador” do embate partidário, Júnior Friboi (PMDB). [...]

JORNAL O HOJE | Por: Luiz Redação

Lênia Soares

Mizair Lemes Jr.: Friboi pediu para pensar “primeiro no PMDB” (Divulgação)

Um dia depois de definido o pré-candidato único do PMDB, o clima entre os demais postulantes da oposição era de otimismo. Todos se consideraram “ganhadores” com o resultado da briga interna. O único aparentemente afetado de forma negativa com o “trauma” da decisão foi o “ganhador” do embate partidário, Júnior Friboi (PMDB). Ainda em fase de assimilação do resultado, o empresário se resguardou de entrevistas e focou no “desafio da conquista” de aliados – como definiu Marcelo Melo a O HOJE. A consciência é de que uma batalha já foi ganha, mas a guerra está longe de ser vencida.
Sem agenda definida, a única certeza dos friboizistas é da busca pelo diálogo. Já na manhã de ontem, o empresário se reuniu com o presidente do diretório metropolitano do PMDB, vereador Mizair Lemes Júnior. “O pedido foi para que pensemos primeiro no PMDB. Antes de sermos iristas, temos de lembrar que somos peemedebistas. Minha preferência sempre foi clara, mas, com a desistência de Iris Rezende, me cabe trabalhar pela união do partido e pela consolidação do nosso candidato”, afirmou Mizair.
À tarde, a conversa foi com o presidente estadual, Samuel Belchior. Segundo o ex-deputado Marcelo Melo (PMDB), que é um dos coordenadores políticos de Friboi, o diálogo com os dirigentes do partido é o primeiro passo para “atração” dos aliados. “Não podemos enxergar os iristas como adversários. Somos todos companheiros. Nosso desafio é exatamente trazer essas pessoas para dentro da campanha do Júnior. Estamos em um momento de trauma no PMDB. Temos de amenizar este impacto”, explicou.
Marcelo Melo ressaltou ainda que os peemedebistas precisam de “motivação” para se engajar no projeto do empresário. Como “motivação”, o ex-deputado entende “um bom tratamento político e a certeza de acomodação de todos na campanha”.
O peemedebista não quis comentar os ataques de aliados contra Friboi, mas resumiu o fato com naturalidade: “Se a situação fosse inversa, talvez as reações fossem parecidas. Precisamos ter cautela até que a poeira baixe”, finalizou.
Do outro lado, entre integrantes de partidos da oposição, lideranças já cantam vitória antecipada. O primeiro movimento dos oposicionistas foi buscar o ex-governador. Representantes do PT, PSB, PRP já agendaram encontros. Iris se disse disposto e garantiu que receberá todos em seu escritório político.
Lideranças do PT propagam um discurso de expectativas quanto a uma aproximação com o ex-governador. Com ele fora da disputa pelo governo, o objetivo é tentar uma composição para a chapa majoritária. A incógnita em relação à vontade petista gira em torno da declaração do próprio peemedebista. Segundo Iris, a retirada de sua pré-candidatura foi por “amor ao partido”. Situação que torna qualquer outra aliança partidária impraticável. O jogo de conversas, porém, abre brechas para novas configurações.
Já no PSB, a análise é de benefício indireto. Com a rejeição do governador Marconi Perillo (PSDB) na capital, aliados de Vanderlan Cardoso (PSB) acreditam que ele será o principal beneficiado com os votos que seriam de Iris. O pré-candidato preferiu não comentar o novo cenário eleitoral e ressaltou que continuará focado na elaboração de seu plano de governo.