Presidente afirmou que aceita bordão, mas não levará 'desaforo para casa'.
Ex-presidente e pré-candidata participaram de encontro do PT em Minas.
O
ex-presidente Lula e o ex-ministro Fernando Pimentel com Dilma no
Encontro Estadual do PT de Minas Gerais (Foto: Pedro Ângelo/G1)
Para fazer frente a adversários que classificou como "raivosos", o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs instituir uma campanha
"Dilminha paz e amor" durante encontro do PT mineiro na noite desta
sexta-feira (30),em Belo Horizonte.A expressão é referência ao bordão "Lulinha paz e amor", usado na campanha eleitoral de 2002, quando o PT tentava desfazer a imagem de radical, após sucessivas derrotas de Lula em eleições anteriores – ele se elegeu naquele ano e depois foi reeleito em 2006.
"Nós os destronamos em 2002, e eles estão raivosos, agressivos, embora apareçam na televisão com fisionomia angelical. Eu nunca vi tanta agressão e tanto desrespeito a alguém como eles estão fazendo com a nossa presidenta da Republica. E nós não podemos perder a tranquilidade, não podemos ficar raivosos. Vamos ter que instituir agora a campanha Dilminha paz e amor", afirmou.
O Encontro Estadual do PT, do qual Lula e Dilma participaram serve de preparação para a convenção de junho que vai oficializar a candidatura do ex-ministro Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, estado do principal rival de Dilma na eleição deste ano, o pré-candidato a presidente pelo PSDB, senador Aécio Neves.
Dilma disse aceitar a campanha proposta por Lula, mas afirmou que não levará "desaforo para casa".
"Posso ser, como diz o presidente Lula, a 'Dilminha paz e amor', mas também posso dizer que não vou levar desaforo para casa", declarou.
Para Lula, os rivais "passaram quatro anos dizendo que a Dilma era muito brava, que a Dilma não atendia ninguém, que não gostava disso, daquilo, e ficamos aguentando isso quatro anos". Agora, afirmou, há "99,9% de possibilidades" de que Dilma seja reeleita.
Num discurso repleto de críticas ao PSDB, Dilma disse que a militância deve "proteger o nosso projeto do assanhamento de um pessoal que de quatro em quatro anos sempre acredita que finalmente eles vão ter hora e vez".
"Nós não vamos aceitar provocações, não vamos nos deixar acuar por um discurso de mentira, de falsidade, de ataques, alguns deles extremamente, vou usar uma palavra, furibundos", completou a presidente.
Para Lula, os adversários estão incomodados com as comparações. "Não estamos comparando um mandato com outro mandato. Estamos comparando 12 anos com 100 anos de história em que eles governaram este pais. Isso é o que os incomoda profundamente", afirmou.
Disputa em Minas
Em sua fala, Dilma também disse que "Minas não tem dono" e que "é muito importante romper com a situação que nós vivemos aqui hoje", em referência ao domínio de 12 anos do PSDB no estado.
"Temos aqui um grupo que pretende dominar Minas Gerais, e os mineiros sabem que desde Tiradentes, que deu a sua vida pela lberdade, os mineiros são aceitam esse tipo de relação política. Sempre quiseram ter o direito de caminhar pelas próprias pernas", afirmou.
Assim como Lula, a presidente fez coro com o refrão criado pela militância no estado: "Os tucanos vão para o 'beleléu' porque os mineiros vão votar no Pimentel", cantou.
Durante seu discurso, Pimentel criticou a atual administração estadual, comandada pelo PSDB há 12 anos. Ele disse que apenas o governo federal e as prefeituras têm trabalhado pelos mineiros, com "ausência total" do governo tucano.
Ele apontou "ausência completa do governo estadual onde ele tinha de atuar". "Segurança é do governo do estado, calamidade total. Desapareceu o sentido da segurança pública. Nenhuma família se sente segura hoje dentro de sua casa, seja nas pequenas, médias ou grandes cidades", disse. Pimentel acrescentou que a culpa não é da polícia, que segundo ele, padece com a falta de estrutura.
O ex-ministro também citou a duplicação de trecho da rodovia BR-381, cuja ordem de serviço para construção foi assinada recentemente por Dilma em Ipatinga.
"E depois vem dizer que tem obras em Minas atrasadas do governo federal. Contem outra. O metrô de BH está há quatro anos sem projeto, o dinheiro do governo federal está lá. Entregaram agora às pressas, por causa do período eleitoral, um projeto fajuto."
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