Carolina Tanaka Meneghel, de 29 anos, vive com a família em Piracicaba.
Jovem se formou em educação física e sonha em começar a dar aulas.
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![Carolina lava pratos e ajuda nas tarefas da casa da família em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1) Carolina lava pratos e ajuda nas tarefas da casa da família em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)](http://s2.glbimg.com/AbhbkxUOm0y9qJj4HgFg3NBIDgs=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/28/1-dsc_0066.jpg)
família, em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Desde criança, Carolina sempre foi estimulada pelos pais a praticar exercícios físicos. A jovem vai à academia diariamente e foi daí que decidiu cursar educação física. “Meus pais me disseram para correr atrás dos meus sonhos. Foi o que eu fiz."
No dia a dia, a deficiência não é empecilho para a realização das tarefas. Com destreza e uma habilidade incomum nos pés, Carolina consegue lavar louças, passar rímel nos cílios, destrancar portas, se alimentar, cuidar da higiene pessoal e ainda dirigir um carro adaptado. Mais recentemente, ela também aderiu à moda das "selfies" (fotografias tiradas pelos próprios fotografados) e, com um celular nos pés, capturou imagens suas.
Antes de iniciar a faculdade, Carolina conversou com o coordenador do curso, que a incentivou a seguir adiante. “Durante a faculdade foi muito gostoso. Os professores acabavam se adaptando às minhas necessidades. E até os colegas de sala. Tivemos disciplinas voltadas para a inclusão de deficientes físicos, visuais e auditivos e os alunos foram desafiados a jogar vôlei igual a mim, ou seja, com os pés.”
![Carolina se maqueia sozinha em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1) Carolina se maqueia sozinha em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)](http://s2.glbimg.com/vN_f6BN5LmfYh_jKCwSDg_HumFA=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/28/1-dsc_0056.jpg)
o pé (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
No entanto, a jovem viu no concurso da Prefeitura de Piracicaba a chance de realizar o sonho. “Quando vi as inscrições abertas para o concurso, não tive dúvidas. Quando vi que havia passado pelo sistema de cotas foi uma alegria. A proximidade da realização de um sonho me deixou ainda mais feliz. Será um novo desafio na minha vida. Quero poder ajudar as crianças com a minha história de vida e de superação. Criança tem curiosidade e quero ensinar tudo que sei e tudo que aprendi. Tenho certeza que a resposta será positiva.”
A Prefeitura de Piracicaba, por meio de assessoria de imprensa, informou que o concurso 002/2014, para o qual Carolina se inscreveu, foi homologado no último dia 2 de abril e, conforme o edital, tem prazo de um ano para convocar os aprovados.
![Sem o auxílio de ninguém Carolina utiliza os pés para comer (Foto: Fernanda Zanetti/G1) Sem o auxílio de ninguém Carolina utiliza os pés para comer (Foto: Fernanda Zanetti/G1)](http://s2.glbimg.com/WDssALZ7PncVGY3Y5m0ZtAiZVKY=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/28/1-dsc_0083.jpg)
Carolina sempre se virou sozinha e possui até Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Desde que consegui o carro adaptado não dependo mais de ninguém para me locomover. Vou para onde tenho vontade.” A jovem relatou que não permite que a deficiência seja encarada como obstáculo. “Faço tudo com muita naturalidade. Nem penso em como executar as tarefas, simplesmente vou e faço.”
![Carolina e a mãe na casa onde moram em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1) Carolina e a mãe na casa onde moram em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)](http://s2.glbimg.com/hTP0ctLICN3uyxk5M7aCWaoz2W8=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/28/1-dsc_0116.jpg)
(Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Os pais de Carolina não sabiam que ela não tinha os braços, já que o ultrassom durante a gravidez não detectou a deficiência. “O início foi muito complicado, mas quem deu a própria resposta foi a Carol, que desde pequena começou a usar os pés para tudo. O dia em que mais me surpreendeu foi quando ela, ainda muito pequena, logo após a refeição, juntou os pratos com os pés, os encaixou entre a cabeça e o pescoço e levou para a pia. Aquele dia foi inesquecível. Mostrou a força e a determinação da Carol", relatou a mãe, Dina de Paula Tanaka, de 55 anos.
Durante a infância, a jovem disse que não enfrentou problemas nem foi vítima de bullying. Carolina contou que, na época, as outras crianças queriam tentar fazer o que ela fazia com os pés, mas nem sempre conseguiam. Aos dois anos de idade, Carolina começou a praticar natação. Para ensiná-la, o professor chegou a amarrar os próprios braços para sentir como conseguiria se virar na água e, a partir da experiência, ele buscou uma técnica especial para ensiná-la a nadar.
![Carolina dirige carro adaptado para ela desde 2007 (Foto: Fernanda Zanetti/G1) Carolina dirige carro adaptado para ela desde 2007 (Foto: Fernanda Zanetti/G1)](http://s2.glbimg.com/ZSeUVrRDjW1JoM0vPlwgFFE-3BY=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/28/1-dsc_0094.jpg)
Para o futuro, a jovem pretende ser mãe. Carolina relatou que este deverá ser mais um desafio em sua vida. “Sei que será uma nova fase diferente de tudo o que já vivi, porque criança precisa do contato com a mãe. Mas tudo é superável e tenho certeza que vai dar tudo certo.”
![Carolina e o marido Jonas no dia do casamento em Piracicaba (Foto: Ivan Delabio/acervo pessoal) Carolina e o marido Jonas no dia do casamento em Piracicaba (Foto: Ivan Delabio/acervo pessoal)](http://s2.glbimg.com/yopytT_6pJ6LnmuVP4O9msKVePo=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/28/1-ivan_delabio.jpg)
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