Em assembleia, a categoria decidiu manter a paralisação.
Greve começou em 12 de maio e foi considerada ilegal pela Justiça.
Professores em passeata rumo ao Centro (Foto: Daniel Silveira/G1)
Professores em greve iniciaram uma passeata por volta das 15h30 desta
sexta-feira (30) saindo do Club Municipal, na Tijuca, onde realizaram
uma assembleia que decidiu pela continuidade da paralisação. A passeata
foi em direção ao Centro do Rio, fechando várias vias do Centro. Às
17h30, a pista lateral da Avenida Presidente Vargas, sentido Centro,
estava fechada. A Polícia Militar calcula que cerca de duas mil pessoas
participavam do ato.O trânsito ficou muito complicado em vários pontos do Rio devido à passeata. Quem passava pela Lagoa para acessar o Túnel Rebouças, que liga a Zona Sul à Zona Norte, enfrentavam um longo congestionamento por volta das 17h30. Segundo o Centro de Operações, Tijuca, Rio Comprido e Centro também sofriam reflexos do pretesto.
Em assembleia realizada no início da tarde, os professores das redes estadual e municipal decidiram manter a greve iniciada em 12 de maio. Eles consideram que a categoria deve se manter mobilizada, mesmo após a Justiça decretar a ilegalidade da greve na rede estadual.
Uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça do Rio foi convocada para a quarta-feira (3) pela desembargadora Leila Mariano, que havia determinado a suspensão da greve, com multa ao sindicato de R$ 300 mil por dia de desobediência, além do desconto no salário dos professores grevistas dos dias faltosos.
De acordo com o coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe), Alex Trentino, a assembleia reuniu mais de 1.500 professores no ginásio do Club Municipal.
Manifestação na Cidade Nova terminou violenta
(Foto: Alexandro Auler/Parceiro/Agência O Globo)
Durante a assembleia, os professores repudiaram a repressão policial ao
ato realizado pela categoria no Centro do Rio na quarta-feira (28).
Segundo o Sepe, cinco professores ficaram feridos e uma docente foi
algemada e presa sob acusação de agredir policias militares.(Foto: Alexandro Auler/Parceiro/Agência O Globo)
Mobilização conjunta
Para dar mais força às reivindicações, os professores decidiram unir as redes estadual e municipal para a mobilização de greve. Apesar das diferenças entre cada rede, foi elaborada uma pauta única de reivindicações. O movimento abrange também cozinheiros e técnicos administrativos da rede.
Segundo o Sepe-RJ, os governos estadual e municipal não cumpriram compromissos firmados junto ao STF, em outubro de 2013, como a implementação da lei federal de um terço da carga horária para planejamento fora da sala de aula, instituída para todos os professores pela lei que criou o piso da educação nacional.
saiba mais
As reivindicações conjuntas — para estado e município — englobam: plano
de carreira unificado, reajuste linear de 20% com paridade para os
aposentados, autonomia pedagógica, 30 horas para os funcionários
administrativos, eleição direta para diretores, equiparação salarial da
categoria, reconhecimento do cargo de cozinheira e 15% de reajuste
entre níveis.Segundo a Secretaria estadual de Educação (Seeduc), as reivindicações não podem ser as mesmas para estado e município. Quanto à demanda de equiparação salarial dos professores, a Seeduc informa que a rede estadual do Rio paga, atualmente, R$ 16,90 pela hora-aula. Valor maior do que a hora-aula em São Paulo (R$ 15,80), no Espírito Santo (R$ 9,80) e em Minas Gerais (R$ 11,80).
A secretaria diz que também os novos servidores têm ainda auxílio-transporte (entre R$ 63 a R$ 120/mês), auxílio-qualificação (bônus anual de R$ 500), auxílio-alimentação (R$ 160 mensais) e auxílio-formação para professores regentes de turma em parceria consórcio Cederj (R$ 300 mensais).
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