O Estado de Rondônia será cenário, pela primeira vez, da competição nacional Melhor Motorista de Caminhão do Brasil (MMCB), evento promovido pela Scania. O lançamento da quinta edição da competição foi aberta no último dia 4 de abril na cidade de Piracicaba, em São Paulo, e reuniu a diretoria da Scania e jornalistas. Em Porto Velho, a competição acontece nos dias 20 e 21 de setembro.
As inscrições para a competição estão abertas e os caminhoneiros interessados em participar do evento podem fazer o cadastro pelo site www.melhormotorista.com.br. O objetivo do prêmio é avaliar as habilidades dos condutores brasileiros, contribuir com a segurança nas estradas, valorizar o profissional e promover uma condução que alie eficiência à redução de emissão de poluentes.
A competição que originou o Melhor Motorista de Caminhão foi criada pela Scania em 2003, na Suécia, batizada de Young European Truck Driver (Jovem Motorista de Caminhão Europeu). No balanço geral mundial, a marca já recebeu mais de 200 mil inscrições para o desafio, e pouco mais de 100 mil – ou seja, mais da metade – somente no Brasil. O País passou a organizar sua ação local a partir de 2005.
“O motorista que tiver interesse na competição deve possuir carteira de habilitação categoria E, preencher um formulário e responder a um questionário no ato da inscrição”, explicou Rodrigo Machado, coordenador da competição Melhor Motorista de Caminhão do Brasil. “Os participantes serão avaliados por meio de provas teóricas e práticas que abordarão temas relacionados a legislação, preocupação ambiental e à condução responsável, defensiva e econômica.”
Experiência nas estradas relatada por vencedor
Vencedor de duas etapas do MMCB, o motorista Jean Marcelo fala da experiência adquirida ao longo da profissão. “Tem que ter paixão pela profissão, na hora da saída, cuidado com a carga a ser transportada, atender o cliente e, principalmente, o empregador e ter responsabilidade. A tecnologia nos caminhões está avançado, mas se o profissional não tiver preparado, pode acontecer acidente. Por isso é importante a qualificação”, explicou.
Jean Marcelo é instrutor de treinamento e transfere aos seus alunos a responsabilidade nas estradas, adquirida através da capacitação. “Estou capacitado e consciente dos riscos e, principalmente, das consequências”.
Em vigor há dois anos, a Lei do Motorista (Lei 12.619/12), estabelece descanso em paradas obrigatórias, de pelo menos meia hora, a cada quatro de direção. “A lei do motorista foi bonita, mas a realidade nossa não é essa. Precisamos de pontos de paradas bem estruturados, e que possamos receber tomar um banho e não ter o perigo da carga ser roubada. Podemos melhorar para todos o lados, e temos que ter consciência”.
Ele explica que o conhecimento tá chegando na cabeça do motorista. “A busca do conhecimento dentro de uma sala é muito importante. Quando eu testemunhava um acidente, era uma visão. Hoje vejo, e penso na causa do acidente e a consequência pós-acidente. Penso em quem está esperando o produto chegar, que não vai chegar. A carga e o caminhão têm seguro, a vida de pessoas não tem reposição. As nossas estradas estão perfeitas? vai melhorar um dia? Sim. Agora se 250 motoristas passam por uma curva e 2 tombam? Existe algum a coisa errada. Foi falha humana? Os motoristas estão conscientes do perigo. Por isso é preciso o conhecimento”, afirmou.
130 mil Vagas para motoristas no mercado
De acordo o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindcamp), José Alberto Panzan, atualmente existe no mercado cerca de 130 mil vagas abertas de motoristas no Brasil. “Devido à oferta de vagas e a necessidade do mercado, as grandes empresas estão importando motoristas da Bolívia para o Brasil”, disse.
Recentemente o estado do Paraná “importou” cerca de 100 motoristas. Eles são capacitados no sindicato do Paraná. Por outro lado, a Confederação Nacional da Indústria (CNT) forma cerca de 50 mil novos profissionais no mercado, através do programa “Minha Primeira Habilitação”. São motoristas entre 18 e 25 anos. O último programa contabilizou 90 mil inscritos. As empresas apoiadoras do programa são responsáveis pelo processo de seleção. “Existe todo um acompanhamento pela empresa e após um ano de habilitação ele (motorista) tem o emprego garantido”, explicou.
Para o presidente, não adianta mais se aventurar nas estradas. “É preciso qualificação e colocar bons profissionais nas estradas. É preciso continuar o trabalho no sentido de contribuir na redução do número de acidentes nas estradas e também se preocupar com o meio ambiente. A visão do público é diferente do motorista. Hoje o motorista é colocado no mercado capacitado. Ele é o cartão de visita da empresa. Se não valorizar, ele acaba com a empresa. Não adianta ter o melhor caminhão, mas é importante a peça atrás do volante”.
A inciativa da Scania de promover o evento é bem vista e importante. “MMCB é uma coisa boa. Na verdade, o motorista ganha uma olimpíada. É um caminho sem volta à capacitação. Você tem que treinar e correr atrás. Ele vai exigir mais de você transportador. Não basta só ser motorista, tem que ser mais”, explicou.
Scania contribui com redução de poluentes
Para Eranildo de Barros, diretor de vendas de veículos Scania, a empresa é reconhecida há anos e tem contribuído na redução de poluente, menos desgaste de componentes, economia de combustível e meio ambiente. “Esse é o pilar do MMCB. Com certeza ela contribui para redução de acidentes nas estradas, com o meio ambiente. Assim como um produto, devemos atender a realidade dos clientes e o oferece serviço de qualidade”.
Para Eronildo Barros, todos deves trabalhar na melhoria do meio ambiente.” O motorista treinado, valorizado, vai tirar proveito, segurança nas estradas. É o ciclo da cadeia virtuosa. Por outro lado, termos menos acidentes. Se todos pensarem de forma, chegaremos na sustentabilidade consistente”. Ele lembrou que na primeira edição do prêmio foram 11 mil inscrições. “Esse ano a Scania ampliou ampliou as parceria com as empresas Danone, Gargil e CNA, que estão levantando a bandeira com a Scania. Eles estão fazendo a diferença”.
Marcelo Freire – Diário da Amazônia
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