MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Médicos de PE se mobilizam contra planos que não ajustam valores


Cinco planos não aderiram ao CBHPM, que atualiza honorários pagos.
Movimento ocorre no Dia Mundial da Saúde, nesta segunda (7).

Katherine Coutinho Do G1 PE

Representantes das entidades médicas se reuniram no Recife (Foto: Katherine Coutinho / G1)Representantes das entidades médicas se reuniram no
Recife (Foto: Katherine Coutinho / G1)
As entidades médicas de Pernambuco se uniram, nesta segunda-feira (7), Dia Mundial da Saúde, para protestar contra os planos de saúde que não aderiram ainda à Classificação Brasileira de Honorários e Procedimentos Médicos (CBHPM), ferramenta com procedimentos e valores de consultas médicas que é atualizada a cada dois anos. No estado, aproximadamente 20 operadoras de plano de saúde já aderiram à classificação, enquanto cinco ainda se mantêm com ferramentas antigas, não mais utilizadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), segundo as entidades.

A CBHPM conta com uma câmara técnica nacional e permanente que prevê a participação de representantes das entidades médicas, dos órgãos reguladores e também dos planos de saúde e associações médicas de uma forma geral. A categoria reclama também de interferências nos pedidos de exames, que posteriormente acabam não sendo pagos ou mesmo negados, e também do descredenciamento sem justificativa dos profissionais.
"A autonomia do médico tem que ser respeitada. O paciente, por exemplo, precisa de uma endoscopia. Se isso estiver no CBHPM, ele deve ter acesso a ela. Isso acaba com a história de procedimentos novos não serem cobertos pelos planos. De dois em dois anos, novos procedimentos são incluídos na classificação e antigos, excluídos. Como exemplo, temos a cirurgia bariátrica ou de obesidade, que não era prevista em 2004", explica o presidente da Comissão de Honorários Médicos de Pernambuco (CEHM), Mário Fernando Lins.
Os planos Sulamérica, Bradesco Saúde, Amil, Golden Cross e Gama Saúde já foram notificados pela CEHM, formada por representantes do sindicato, associação e conselho da categoria. "Nos últimos dois anos, foram fechados 19 consultórios de prevenção de câncer ginecológico por prejuízo financeiro. O remédio hemostático custava R$ 62, e a consulta paga aos médicos era R$ 42. Com isso, ao invés de prevenir, eles vão pagar para tratar câncer, que é muito mais caro", aponta Lins. O problema poderia ter sido evitado com a adesão dos planos a tabela do CBHPM, acredita.

A comerciante Maria José reclama do seu plano (Foto: Katherine Coutinho / G1)A comerciante Maria José reclama do seu plano
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
Transtornos para a população
A aposentada Maria Emília Santana está migrando da Golden Cross para a Unimed. "Antigamente, era o melhor plano que tinha, mas, nos últimos anos, está muito difícil. Precisei fazer uma cirurgia e tive de trocar de médica porque ela deixou de ser do meu plano. Ainda tive de pagar parte dos exames porque o plano disse que não cobria", recorda a aposentada.
Já a comerciante Maria José da Silva Filha está na Amil há pouco tempo. Embora não perceba problemas com médicos, na hora de marcar exames sente a dificuldade. "Os planos são um SUS recuperado. Exame você só marca com mais de mês pra frente, consulta também. Eu acho que tem que ser tudo tabelado mesmo, pagar direito aos médicos. Sem eles, como é que a gente vai viver?", questiona a comerciante.
O descredenciamento é o que tem ocasionado as dificuldades enfrentadas pelos pacientes, afirmam as entidades. O presidente do Sindicato dos Médicos, Mario Jorge Lobo, explica que a entidade vai dar 90 dias para os planos tomarem uma decisão. "Não é possível mais vivenciarmos um rol de procedimentos do século passado. É preciso levar saúde com qualidade. É preciso valorizar e respeitar o médico. A categoria está mobilizada e está disposta a fazer o enfrentamento dos planos. Podem acontecer paralisações, descredenciamentos", adianta Lobo.

Embora a ação desta segunda seja voltada mais especificamente aos cinco planos que não aderiram, os médicos afirmam que mesmo nos outros ainda há problemas no que tange a questão de como é feito o pagamento dos médicos e a interferências nas autonomias, como o descredenciamento de médicos que não aceitam dar descontos no valor das consultas.
Resposta
Em nota divulgada nesta terça, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 31 planos - entre eles, os cincos citados pelo sindicato -, informou que a média de honorários médicos paga por consulta, no Brasil, segue a média mundial. A FenaSaúde também disse que as operadoras valorizam a categoria médica, buscando constantemente recompor os valores pagos por consulta.
A nota termina informando que as despesas das associadas com internações cresceram mais de 200%, o que leva ao aumento das mensalidades.

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