Cheia histórica do Rio Madeira dura dois meses e atinge 30 mil pessoas.
Preocupação é com risco de epidemia de doenças por água contaminada.
Mulher atravessa Avenida Campos Sales sem se importar com o alerta de água contaminada, em Porto Velho (Foto: Arquivo pessoal)
Uma equipe de técnicos do Ministério da Saúde está em Porto Velho
para montar estratégias, junto aos órgãos de segurança e saúde do
estado e município, para o pós-cheia do Rio Madeira. A maior preocupação
é com a água contaminada que inunda a área urbana da capital, pois está
contaminada por causa do contato com esgoto e lixo. Técnicos da Força
Nacional do SUS, chegam no estado, para montar hospitais de campanha nos
sete principais distritos atingidos pela cheia: Calama, São Carlos,
Nazaré, Jacy-Paraná, Abunã, Cuniã e Nova Califórnia. A data da chegada
ainda não foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde.De acordo com o secretário municipal de Saúde Domingos Fernandes, está sendo feito "um trabalho de prevenção com educação nos abrigos, aplicação de inseticidas nos 12 bairros atingidos pela enchente, limpeza de reservatórios de água e a distribuição de mosquiteiros e hipoclorito, envio de equipes multidisciplinares para os 13 distritos de Porto Velho com atendimentos médicos periódicos, vacinação e constante vigilância quanto aos níveis de contaminação das águas".
De acordo com dados da secretaria, até o dia 10 de abril, dos 106 casos suspeitos de leptospirose dentro de Porto Velho, 24 foram confirmados, sendo três mortes registradas. De janeiro a março de 2014 a incidência de malária atingiu 933 pessoas. O objetivo é superar o número de casos registrados em 2013, quando pela primeira vez em 13 anos o município de Porto Velho conseguiu fechar o ano com menos de 10 casos da doença.
Enchente histórica
O pico aconteceu dia 30 de março com 19,74 metros. Com a enchente do Rio Madeira, cerca de 30 mil pessoas foram atingidas e estão espalhadas entre abrigos, casas de parentes e amigos. No Baixo Madeira, muitos distritos de Porto Velho foram inundados e milhares de pessoas abandonaram suas casas. O distrito São Carlos foi 100% atingido e várias famílias passaram a viver em flutuantes.
As cidades atingidas pela cheia histórica do Madeira nas últimas semanas são: Nova Mamoré, Cacoal, Candeias do Jamari, Guajará Mirim, Jaru, Costa Marques e Pimenta Bueno. Nestas regiões, exceto Porto Velho e seus distritos, o Corpo de Bombeiros e a Força Nacional contabilizam 1.625 famílias diretamente afetados, sem condições de permanecer em suas casas.
A br-364 foi parcialmente liberada para passagem de caminhões na quarta-feira (9). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Rondônia e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fiscalizam o trecho alagado da rodovia, em Jacy-Paraná, distrito de Porto Velho distante cerca de 90 quilômetros.
Representantes dos dois órgãos percorreram a região e constataram que a lâmina d’água, que chegou a 1,60 metro acima da pista em março, reduziu consideravelmente e está em 66 centímetros nesta quarta, em um trecho de três quilômetros. A cheia histórica do Rio Madeira bloqueou o único acesso terrestre ao Acre no dia 26 de março.
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