Duas alunas da UFMT desenvolveram o produto à base de tomate.
Fruta é rica em licopeno, que pode ajudar na prevenção do câncer.
Iogurte de tomate foi feito por alunas da UFMT.
(Foto: Aline Werner)
O tomate provavelmente não está entre os ingredientes mais lembrados
quando se pensa em iogurte. Mas essa fruta que costuma dar sabor a
molhos é a principal substância de um produto desenvolvido pelas
estudantes Aline Werner, de 21 anos, e Thais Gabrielle Santo, de 24, da
Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT): o iogurte de tomate. Surpreendente na composição, ele também é
rico em licopeno, substância que ajuda a prevenir o câncer de próstata.(Foto: Aline Werner)
Aline e Thais estão no oitavo semestre da graduação Ciência e Tecnologia de Alimentos. O iogurte foi criado durante as aulas da disciplina Desenvolvimento de Novos Produtos, que põe em prática o que os alunos aprenderam ao longo do curso. “Lemos uma pesquisa que dizia que algumas das maiores inovações nos próximos anos seriam à base de iogurte e decidimos ir por esse caminho”, conta Aline.
A escolha pelo tomate, além das qualidades nutricionais, foi feita ainda pelo desejo de surpreender e inovar. A opção pela fruta foi decidida após dois meses pesquisando. Mas gerou insegurança nas estudantes. “Ficamos com medo do produto sofrer preconceito pelo fato de ser de tomate”, admite Aline.
O iogurte é rico em licopeno, afirma a estudante, antioxidante que pode ajudar a prevenir o câncer, principalmente o de próstata. "Essa é uma substância que, quanto mais processada, mais disponível ela fica. Como o nosso produto passou por diversos processos, é rico em licopeno", diz.
Durante a degustação do iogurte às cegas, tanto nas aulas quanto em uma feira feita dentro da UFMT, a aceitação foi unânime. As pessoas até pediram para repetir, diz a professora Cleise Figarini, que ministra a disciplina Desenvolvimento de Novos Produtos. “Mas, isso até saberem do que era feito o produto. Quando contamos que o ingrediente principal era o tomate, a reação das pessoas já não foi tão positiva assim”, conta.
A pele e a semente do tomate foram retiradas para que o iogurte não ficasse ácido. E chegar à fórmula ideal demandou tempo e paciência por parte das envolvidas no projeto. Foram cinco meses tentando acertar o ponto certo do xarope e a fermentação, entre outras coisas. “Erramos a formulação umas cinco ou seis vezes”, diz Aline.
A professora garante que não dá para sentir o gosto de tomate. “O iogurte é realmente muito gostoso”, declarou. Já Aline afirma que é possível sim sentir o gosto da fruta, mas ‘bem no fundo’. A cor lembra a de um iogurte comum.
Iogurte feito pelas estudantes é rico em licopeno.
(Foto: Aline Werner)
Cleise, porém, diz acreditar que as estudantes, apesar de terem tido
sucesso na criação, vão enfrentar outra dificuldade. “Agora a barreira
será a do marketing. Muitas pessoas poderão ter resistência pelo fato de
se tratar de um iogurte feito à base de tomate”.(Foto: Aline Werner)
Outros produtos
Além do iogurte de tomate, os alunos do 8º semestre do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos também criaram um doce de abóbora rico em fibras, com a ideia de que seja aproveitado como um docinho de festa, por conta da textura propícia para enrolar, e o sorvete de pixé - farofa doce à base de milho torrado e moído, canela e açúcar -, produto com forte apelo regional.
A intenção é que os alunos ofereçam os produtos à comunidade científica, registrando a patente.
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