Vinte cirurgias bariátricas que seriam realizadas por meio do convênio
entre a Santa Casa de Misericórdia, secretaria estadual de Saúde e a
prefeitura de Itabuna, foram canceladas. Mais de três mil pessoas estão
na fila à espera da operação na cidade. Segundo a equipe médica
responsável pela cirurgia, o pagamento combinado não foi feito. Uma das
pacientes prejudicadas pelo cancelamento da operação luta há 8 anos para
fazer a operação. "Eu quero a minha cirurgia bariátrica. Não só a
minha, mas como a de todo mundo", reclamou a artesã Claudenice Silva,
que pesa 147 kg. Em nota, a secretaria municipal de Saúde de Itabuna
disse que o pagamento do convênio deveria ser feito ainda na sexta feira
(4). Claudenice conta que, por conta do peso, tem dificuldade para
fazer as tarefas de casa, dores nas pernas e pressão alta.
“Minha cirurgia foi marcada para o dia 6/3. Seria por videolaparoscopia
e teve toda uma preparação. Quando eu fui para me internar junto com os
outros três que iam operar também, disseram que uma máquina havia
quebrado e não deram prazo, não falaram mais nada para nós”, conta.
Desde o mês de março Claudenice engordou 6 kg e, por causa do ganho de
peso, ela está com medo de perder os exames pré-operatórios, que têm
validade de três meses. O convênio firmado entre a prefeitura de
Itabuna, secretaria estadual de Saúde, Santa Casa de Misericórdia e um
centro médico da cidade, garante a realização de dez operações de graça
por mês. O custo para o SUS é de R$ 7.200 e o procedimento é feito por
meio de uma videolaparoscopia, técnica cirúrgica menos agressiva que a
operação convencional, realizada com a ajuda de uma câmera.
Porém, todas as operações agendadas para março foram suspensas. Segundo
o presidente da ONG Casa do Obeso, Tony Emerson de Oliveira,
instituição criada para dar suporte às pessoas com obesidade mórbida, a
equipe que realiza as cirurgias não recebeu o pagamento pelas operações
feitas nos meses de janeiro e fevereiro. Vinte operações foram
canceladas no total. Os fornecedores dos equipamentos necessários para a
cirurgia também estão sem receber. Tony espera que essa situação seja
resolvida. “Temos três mil associados precisando dessas cirurgias",
disse. Em novembro de 2012, Richard Bacelar, de 32 anos, morreu em
decorrência da obesidade. Ele pesava R$ 160 kg e esperava pela cirurgia
há quatro anos. “Ele estava inscrito para ser feito. Só que no contrato
não deu para esperar e ele veio a falecer. Não quero mais perder nenhum
associado mais”, lamenta Tony. (G1)
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