MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 27 de abril de 2014

Andarilho comercializa carrinhos de garrafa pet para se sustentar, em RO


Brinquedos ficam prontos em minutos e são comercializados a R$ 10.
Para produção são utilizadas oito garrafas pets e uma tesourinha.

Magda Oliveira Do G1 RO

Márcio com seus carrinhos (Foto: Magda Oliveira/G1)Márcio com seus carrinhos (Foto: Magda Oliveira/G1)
Dono de um amplo currículo, com experiência como pedreiro, padeiro e até operador de cinema, Márcio Diniz Borges, após se separar da esposa, resolveu abandonar tudo e sair pelo mundo. Com 40 anos, Márcio é andarilho e se dedica a fazer carrinhos com garrafas pets para se sustentar. Na cidade de Cacoal (RO) os veículos são comercializados no valor de R$ 10.
De acordo com Márcio, há 10 anos viaja por cidades do estado de Rondônia, não costuma passar mais de três dias em cada município, com medo se ser agredido por outros andarilhos que se sentem ameaçados. Para não passar fome aprendeu a fazer carrinhos. “Para fabricar os ‘carrinhos’ utilizo oito garrafas e uma tesourinha apenas. Levo em média 40 minutos para fazer. Os carrinhos que faço com garrafinhas de 600 ml são mais difíceis, dá mais trabalho para dobrar”, conta Márcio.
Todas são cortadas no mesmo sentido (Foto: Magda Oliveira/G1)Todas são cortadas no mesmo sentido
(Foto: Magda Oliveira/G1)
Como não tem moradia fixa, Márcio faz os carrinhos na rua mesmo, recolhendo garrafas do lixo ou pegando em bares e conveniências, mas ainda assim se preocupa com a qualidade do produto que irá vender. “Eu sempre lavo as garrafas pets e não utilizo garrafas velhas”, diz o andarilho. A prática de Márcio o levou a perfeição, os cortes nas garrafas parecem que já estão marcados. Todas são cortadas no mesmo sentido, o que faz com que o carrinho não fique torto e ande até mesmo com a força do vento.
Mesmo se alimentando apenas com o dinheiro que consegue com a venda dos carrinhos, Márcio garante que muitas vezes acaba dando carrinhos para crianças que não tem condições de comprar. “Eu faço os carrinhos e vendo para ter dinheiro para comprar minha comida, com isso nunca precisei roubar. Às vezes as crianças veem os carrinhos, ficam encantados, mas os pais não tem dinheiro para comprar, como também sou ‘pobre’ entendo, e acabo dando de presente”, afirma Márcio.
Pai de um casal de filhos e avô de dois netos, Márcio deseja ter coragem de voltar a conviver com sua família que mora em Presidente Médici (RO), mas por enquanto, a vida na rua continuará sendo sua residência e a produção de carrinhos sua profissão. “Sinto muita saudade dos meus filhos, tem um neto que nem conheci ainda, mas por enquanto irei continuar a fazer meus carrinhos e quem sabe um dia, conseguirei me reerguer e voltar a conviver com minha família”, finaliza, emocionado.

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