por
Lilian Machado
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Quarenta e oito horas depois de vazar para a imprensa a formação da
chapa ao governo – embora tenha negado –, o governador Jaques Wagner
(PT) convocou a imprensa para uma entrevista coletiva, na Governadoria,
com o objetivo de anunciar o que o meio político já sabia: a definição
do nome do deputado federal João Leão (PP) como vice do pré-candidato à
sucessão estadual, Rui Costa (PT).
Apesar de assumir todo o processo, o governador
negou que a escolha por Leão tenha sido pessoal, mas atribuiu a uma
indicação do PP, partido que, segundo ele, foi eleito por “critérios objetivos, de tamanho, número de prefeitos, de deputados e tempo de televisão”.
“A decisão está tomada e agora é trabalhar para conquistar apoio e voto”, ressaltou, informando
em seguida que Rui Costa e Otto Alencar (PSD) estavam no interior da
Bahia e que Leão será apresentado na caravana do petista a ser realizada
neste domingo, em Barreiras, reduto do progressista. Wagner minimizou
os desgastes que a decisão influiu e justificou a demora na busca pelo
entendimento entre os partidos, principalmente PP e PDT, requisitantes
do segundo posto na chapa. Ele também citou o PCdoB e reafirmou o gosto
por um nome feminino para a vice, conforme os comunistas sugeriram ao
apresentarem a deputada federal Alice Portugal, mas frisou que “chegou
uma hora em que os partidos não conseguiram compor”.
O líder do Executivo estadual admitiu que o desfecho provocou a insatisfação desses aliados, “mas logo chegará o momento “de a poeira baixar”.
Governador diz que apoia reeleição de Nilo
O líder do Executivo estadual admitiu que o desfecho provocou a insatisfação desses aliados, “mas logo chegará o momento “de a poeira baixar”.
Governador diz que apoia reeleição de Nilo
Sem disfarçar que está na mira de alguns aliados, após a
definição, Wagner frisou que não podia “pedir que não houvesse
sentimento em Marcelo Nilo”. “É evidente que tem, porque ele trabalhou,
pleiteou...Temos que esperar passar esse momento de emoção”,
acrescentou. A história de ligação do PDT e de Nilo com os seus dois
mandatos foi ressaltada pelo líder petista. “Creio que o PDT vai
continuar. É óbvio que quem está na oposição vai tentar aproveitar o que
puder de intriga, de coisa para criar um racha dentro do grupo, mas eu
acho que a gente tem uma caminhada muito forte de oito anos”, disse,
justificando também que o partido tem boa relação com a presidente Dilma
Rousseff e que há diálogo com o presidente nacional Carlos Lupi e com o
presidente estadual Félix Mendonça.
O chefe do Executivo revelou também que acredita na
permanência da relação política e negou que tenha “cozinhado” o amigo.
Não foi nada de cozinhar nem de esgarçar ninguém. Agora, eu estou
decidindo hoje, mas eu poderia ter decidido lá atrás e não ter esse
desgaste todo. Marcelo sabe disso, o PP sabe disso, quanto esforço que
eu fiz para tentar fazer um acordo político onde alguém se sentisse
representado ali, mas eu sempre avisei: só tem três vagas. Longe de mim
querer fazer qualquer desgaste ou cozinhar quem quer que seja”,
ressaltou.
Wagner fez menção à presidência da Assembleia, como uma
representação do PDT, e mais adiante não demonstrou pudor ao dizer que
apoiaria a eleição de Marcelo Nilo para o comando do Legislativo em
2015. Ele explicou que seria uma “nova legislatura” e que por isso não
faria objeções, além do que não tinha “reclamações” na condução do
pedetista. A possibilidade de mudança no comportamento da base na Casa
por conta da decisão foi descartada. “Não acho que é da altura de
Marcelo Nilo dar o troco”, disse, depois de ser questionado sobre o
clima para as próximas votações.
O governador sinalizou ainda que usará outras instâncias de Poder
para satisfazer os aliados, a exemplo das duas vagas abertas no Tribunal
de Contas do Estado (TCE) e no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Segundo ele, os partidos devem indicar seus candidatos e citou que as
vagas podem ser sugeridas pelo PT, PDT e PP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário