'Sou um grande admirador', disse o chefe de Estado no início do encontro.
Trata-se da 1ª reunião privada entre eles desde que Francisco foi eleito.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ser um grande admirador do Papa (Foto: Gabriel Bouys/AP)"Sou um grande admirador", disse Obama ao Papa no início do encontro.
Após cerimônia da Guarda Suíça, o presidente dos EUA e sua delegação foram levados a um salão com afrescos onde o chefe de Estado americano e o Papa apertaram as mãos.
O primeiro Papa da América recebeu Obama de pé, na entrada de sua biblioteca privada e com certa formalidade. O presidente americano sorriu e pareceu emocionado ao encontrar Francisco.
"Welcome, mister president" (Seja bem-vindo, senhor presidente), disse o pontífice em inglês, idioma que ele não costuma falar.
Em seguida, dois tradutores (um religioso e uma mulher com uma pequena manta) entraram para participar do encontro, que aconteceu no escritório papal, com os dois líderes sentados um de frente para o outro.
Em sua primeira visita ao Vaticano, Obama foi recebido no pátio de São Damásio, onde era esperado pelo prefeito da casa pontifícia, o bispo Georg Gänswein, também secretário de Bento XVI (Papa emérito que renunciou ao cargo em fevereiro de 2013).
Durante o encontro com Francisco, Obama destacou a crescente diferença entre ricos e pobres, tema que já era esperado na reunião – além de assuntos polêmicos como aborto e direitos dos homossexuais.
O presidente dos Estados Unidos elogiou o Papa por sua ênfase em ajudar os pobres, e disse que o encontro poderia dar um impulso a algumas das iniciativas americanas, como aumentar a classe média e ajudar a população de baixa renda.
Pela 1ª vez desde que foi eleito, Papa Franciscorecebe o presidente dos EUA, Barack Obama,
no Vaticano (Foto: Gabriel Bouys/Reuters)
Em entrevista ao jornal italiano "Il Corriere della Sera", Obama disse que a globalização e o aumento do comércio levou centenas de milhões de pessoas a sair da pobreza nas últimas décadas. O presidente dos EUA também falou que estava "muito agradecido" pela disposição do Papa em recebê-lo no Vaticano.
"O Papa nos desafia. Implora que recordemos das pessoas, das famílias, dos pobres. Nos convida a parar e a refletir sobre a dignidade do homem", destacou Obama.
"Venho a Roma para ouvi-lo", completou o presidente americano, antes de ressaltar que "o pensamento" do pontífice é "precioso para compreender como podemos vencer o desafio de combater a pobreza extrema e a desigualdade na distribuição de renda".
O presidente americano disse ainda que quer ouvir o que o Papa propõe 'para limitar as desigualdades na distribuição de renda'.
"Ao nos colocar contra a parede em relação à justiça social, ele nos mostra o risco que existe de se acostumar com as desigualdades extremas a ponto de considerá-las normais", acrescentou Obama nessa entrevista feita quando ele estava em Bruxelas.
Na mesma entrevista, ele comenta sobre a visita à Itália, onde deverá se encontrar com o presidente Giorgio Napolitano - de quem ele gosta muito - e com o primeiro-ministro Matteo Renzi, há apenas um mês no cargo.
Ele disse desejar uma aceleração nas negociações para um acordo de livre-comércio entre os Estados Unidos e União Europeia, durante o semestre da presidência italiana do bloco.
Roma foi literalmente blindada para a chegada de Obama, que permanecerá 40 horas na Cidade Eterna.
O presidente americano também se reunirá nesta quinta-feira com o presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, e com o primeiro-ministro, Matteo Renzi.
Durante a tarde, Obama visitará o emblemático Coliseu, que estará fechado ao público na ocasião.
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