O deputado federal
Arnaldo Jardim (PPS-SP) apresentou, na sexta-feira (21/03/2014), à Comissão de
Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados o Relatório do Projeto de Lei nº
792/2007, que institui o pagamento por serviços ambientais.
“Apesar do silêncio
do governo federal apresentei o relatório do projeto que cria a PNPSA (Política
Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais) por se tratar de um tema bastante
amadurecido pelo grau de convergência amparado no apoio recebido da sociedade
brasileira para ser votado pela Comissão”, afirmou Jardim. Para ele, a PNPSA
poderá promover uma “reviravolta no trato do meio ambiente”, seja na proteção da
biodiversidade – dependente de frágil estrutura de fiscalização – ou na melhoria
da qualidade de vida.
Jardim argumenta que
a remuneração dos serviços ecossistêmicos prestados por áreas conservadas tem
sido cada vez mais defendida por diferentes setores. “Se a própria sustentação
da vida humana depende da transformação de energia solar em alimentos, é
fundamental que a sociedade valorize os ecossistemas nativos e recompense os que
contribuem diretamente para a perpetuação desse serviço. Esse é o objetivo da
Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais”,
disse.
“A aprovação da
PNPSA resultará em relevante avanço na legislação ambiental brasileira”,
ressalta o deputado. “As normas de comando e controle punem aqueles que degradam
o meio ambiente. O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) insere-se entre os
instrumentos de desenvolvimento da Economia Verde e é uma estratégia
complementar à legislação de comando e controle, de estímulo à implantação de
medidas de conservação dos ecossistemas e não uma prática meramente
assistencialista”, esclarece Arnaldo Jardim.
Serviços Ambientais
sustentam a vida na Terra
Os serviços
ambientais são responsáveis pela manutenção da biodiversidade, o que permite a
geração de produtos como a madeira, fibra, peixes, remédios, sementes,
combustíveis naturais etc, consumidos pelo homem. Serviços ambientais são
processos gerados pela própria natureza através dos ecossistemas, com a
finalidade de sustentar a vida na Terra. Os serviços ambientais têm sua origem
nos recursos naturais presentes no ecossistema
terrestre.
Os ecossistemas são
muito importantes para a vida humana, pois desempenham funções como a
purificação da água e do ar, amenizam os fenômenos do clima, promovem a
decomposição dos resíduos, a geração de solos férteis, o controle de erosões, a
reprodução da vegetação pela polinização e pela dispersão de sementes, o
controle de pragas, o sequestro de carbono por meio do crescimento da vegetação,
entre outros serviços ambientais.
Os serviços dos
ecossistemas contribuem para assegurar a sobrevivência das espécies e o
bem-estar humano. A continuidade ou manutenção desses serviços depende da
preservação ambiental e de práticas que minimizem os impactos das ações humanas
sobre o ambiente.
Os serviços
ecossistêmicos são os benefícios relevantes para a sociedade gerados pelos
ecossistemas, como de provisão, de suporte, de regulação e culturais. Os
serviços ambientais são as iniciativas individuais ou coletivas que favorecem os
serviços ecossistêmicos, em termos de manutenção, recuperação ou melhoria de
suas condições ambientais.
O PSA é um
“contrato” mediante o qual um pagador de serviços ambientais – como o Poder
Público ou agente privado na condição de beneficiário ou usuário de serviços
ambientais, em nome próprio ou de uma coletividade – transfere recursos
financeiros ou outra forma de remuneração a um provedor desses serviços – pessoa
física ou jurídica, de direito público ou
privado, grupo
familiar ou comunitário que mantém, recupera ou melhora as condições ambientais
de ecossistemas. Assim, o PSA incorpora o princípio do protetor-recebedor,
segundo o qual
aqueles que promovem ações direcionadas à conservação devem ser ressarcidos
financeiramente por essa atividade.
Um caminho
inteligente para a conservação
Pesquisas e
trabalhos científicos têm demonstrado uma perda rápida e contínua da
biodiversidade em todo o mundo, fator que pode comprometer o fornecimento de
serviços ecossistêmicos. Apesar de não haver consenso em relação aos valores,
estima-se, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que a humanidade perca
de US$ 2 trilhões a US$ 4,5 trilhões, por ano, com a destruição da
biodiversidade. Pelo menos um terço desse valor poderia ser economizado caso
governos e empresas investissem anualmente cerca de US$ 45 bilhões na
conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.
No Brasil, a
situação de abastecimento de água das grandes cidades, em especial na cidade de
São Paulo, é um exemplo do prejuízo causado pelo uso equivocado dos recursos
naturais. Situada no estado que nos séculos 19 e 20 sofreu uma forte expansão
agrícola e empresarial com o comprometimento de praticamente toda a cobertura
vegetal ao longo das margens dos rios, a capital paulista está passando pela sua
pior crise de abastecimento de água. Se o município tivesse investido na
recuperação da cobertura nativa, ao longo das últimas décadas – principalmente
nas áreas de proteção permanente – e na coleta e tratamento dos esgotos,
certamente essa situação seria muito diferente.
A água é essencial
para a nossa sobrevivência e esse bem precioso é fornecido gratuitamente pela
natureza. A PNPSA prevê a realização e o fortalecimento de programas como o
Produtor de Água, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA), por meio do
qual se recupera e promove ações de manutenção de mata ciliar ao longo de
nascentes, córregos e rios.
Mas a água não é a
única preocupação do PNPSA. O pagamento por serviços ambientais pode ser um
instrumento eficiente e inteligente para conciliar a preservação com a presença
de populações em áreas preservadas, aumentando sua renda e estimulando a
manutenção de comportamentos sustentáveis. Além de gerar renda, ela tem um menor
custo em comparação com outros instrumentos de proteção ambiental, como a
criação de unidades de conservação.
Outro aspecto
fundamental da PNPSA é que ela não se resume a uma ação governamental. É
fundamental que a PNPSA fomente as relações privadas por meio do fortalecimento
de parcerias entre empresas e entre estas com as organizações não
governamentais, por exemplo.
“Não podemos
esquecer que os recursos governamentais necessários para financiar o programa em
âmbito federal, considerando o volume das áreas que devem ser preservadas,
certamente são insuficientes. Daí a importância da participação da iniciativa
privada na PNPSA”, esclarece Arnaldo Jardim. Para o deputado, grandes
oportunidades para as empresas podem surgir envolvendo ganhos de eficiência,
novos produtos e mercados, certificação, novas fontes de receita e ganhos para a
marca da empresa, dentre outras.
Entre as muitas
áreas em que as empresas podem se integrar às ações da PNPSA estão a do
transporte
aquaviário ou de mineração, que podem se interessar em pagar aos ribeirinhos por
áreas protegidas ao longo do curso de rios, córregos, lagoas etc, como forma de
reduzir o assoreamento dos rios e consequentemente os custos com a dragagem da
via e de esportes náuticos envolvendo proprietários das áreas lindeiras para
manterem sua vegetação.
Também podem se
integrar empresas de bioprospecção (obtenção de material genético), com
pagamentos pela preservação de áreas de alta diversidade biológica, alvo
principal dos recursos de sua atividade econômica; ou as que usam a água como
insumo, por meio do pagamento pela preservação e conservação de áreas de
nascentes.
Desde que foi
designado relator do projeto, o deputado Arnaldo Jardim dialogou com vários
segmentos interessados na matéria. “Os esforços buscaram um grande acordo
visando garantir não apenas a aprovação do projeto, mas também promover a sua
implantação”, salientou o parlamentar.
Em 2012, a Comissão
de Finanças e Tributação realizou a pedido de Arnaldo Jardim um seminário para
debater o tema que contou com a participação de representantes da Confederação
Nacional de Indústria (CNI); do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas; da SOS
Mata Atlântica; da Natura Cosméticos; da Associação Brasileira da Indústria de
Higiene Pessoal (ABIHPEC); da Fundação O Boticário; dos pesquisadores Maurício
Amazonas, da Universidade de Brasília (UnB); Luciano Matos, da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa; e Peter May, da
Universidade Rural do Rio de Janeiro.
No mesmo ano, Jardim
participou de seminário organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) em
defesa da aprovação da PNPSA. Ele também integrou comissão dos líderes
empresariais que atuou para sensibilizar a presidência da Câmara dos Deputados,
os líderes governistas no Senado e na Câmara e a Casa Civil do governo federal
para a necessidade da aprovação do projeto.
O deputado do PPS
ainda esteve presente, em 2012, à reunião promovida pela CNI para discutir
mudanças no atual padrão de produção das empresas. Ele participou também de
audiência com o titular da Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente
para discutir o encaminhamento do PNPSA, considerando a importância do
posicionamento governo federal neste debate.
As articulações
envolveram ONGs, como o WWF Brasil, a ANA e a Fundação Nacional do Índio (Funai)
na coleta de sugestões para aperfeiçoar o relatório final.
Em 2013, Jardim se
dedicou a articulação da aprovação do PNPSA junto ao governo federal. Em
encontro na Casa Civil com a participação da senadora Vanessa Graziottin
(PCdoB-AM) e do deputado Sarney Filho (PV-MA), ficou definido a criação de um
grupo de trabalho para debater a proposta, em especial as fontes de
financiamento e os incentivos tributários.
“Insisti na
articulação com o governo por entender que o financiamento da PNPSA é crucial
para o sucesso da proposta, mas infelizmente as conversas não evoluíram”,
lamentou Jardim, ao acrescentar que apenas uma reunião do grupo de trabalho foi
realizada em 2013 sem registrar avanços significativos na
proposta.
Leia o relatório
completo em: http://docs.pps.org.br/projeto_de_lei_n792_de_2007.pdf
Deputado Arnaldo
Jardim na área ambiental
Arnaldo Jardim é
engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP (Poli/USP), deputado
federal por São Paulo (2º mandato) e primeiro vive líder da bancada do PPS na
Câmara Federal.
É presidente da
Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional e membro da
Comissão de Minas e Energia, onde coordena o Grupo de trabalho de Eficiência
Energética.
Também integra a
Comissão de Desenvolvimento Urbano e de Viação e Transportes.
Membro da Frente
Ambientalista, Presidiu o Grupo de Trabalho Parlamentar que formulou a Política
Nacional de Resíduos Sólidos. Integra a Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável.
Preside a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético (Frente do Etanol).
Exerceu quatro mandatos de Deputado Estadual por São Paulo. Autor da Política de Resíduos Sólidos paulista. É relator do Projeto de Lei nº 792/2007, que institui o pagamento pelos serviços ambientais (PSA).
Preside a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético (Frente do Etanol).
Exerceu quatro mandatos de Deputado Estadual por São Paulo. Autor da Política de Resíduos Sólidos paulista. É relator do Projeto de Lei nº 792/2007, que institui o pagamento pelos serviços ambientais (PSA).
Maiores
informações
Assessoria
de Comunicação Deputado Federal
Arnaldo Jardim
achristo@arnaldojardim.com.br
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