MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 1 de março de 2014

Ives Gandra diz que profissionais cubanos vivem regime de escravidão no Mais Médicos


O governo defende-se dizendo ser esta a forma de contrato que a OPAS mantém com outras nações. A reportagem do Jornal Nacional, no entanto, provou que isso não seria verdade.

por Marlos Ápyus  BLOG IMPLICANTE
dilma padilha Ives Gandra diz que profissionais cubanos vivem regime de escravidão no Mais Médicos
O jurista Ives Gandra, que já havia escrito um texto a respeito para a Folha, afirmou, em matéria veiculada pelo Jornal Nacional esta semana, que os profissionais cubanos do Mais Médicos são proibidos de comentar o teor das cláusulas, transitar livremente pelo país e manter relacionamentos amorosos com brasileiros. Segundo ele, “nós estamos evidentemente com um regime jurídico para todos os médicos estrangeiros e um regime de escravidão para os médicos cubanos”.
As cláusulas contratuais misteriosas do programa continuam causando problemas ao governo brasileiro. O Ministério Público do Trabalho está concluindo uma investigação a respeito de irregularidades do programa concernentes à contratação e ao pagamento dos médicos cubanos, que totalizam 80% dos profissionais contratados.
O governo brasileiro paga R$ 10.400 aos médicos estrangeiros, mas os cubanos ficam apenas com 25% desse valor – cerca de R$ 2.350. O total é repassado à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que envia, sem qualquer prestação de contas, os outros 75% para Cuba e retém parte do montante destinado aos médicos, que no fim das contas recebem apenas R$ 940. No dia seguinte, o governo anunciou um aumento do repasse aos cubanos de forma a chegar a 3 mil reais, ou apenas 30% do valor que os profissionais de outros países recebem pelo mesmo serviço.
O Ministério da Saúde, por meio do ministro do Arthur Chioro, justifica o esquema de contratação afirmando que é o mesmo utilizado em diversos outros países do mundo.
“A Organização Pan-Americana estabelece o processo de cooperação com o governo de Cuba nos mesmos moldes, respeitando as mesmas condições que são estabelecidas para mais de 60 países.”
Mas, de acordo com levantamento feito pela reportagem, isso não é verdade. Chile e França não têm acordo de cooperação com nenhuma entidade e fazem os contratos diretamente com os profissionais. E a Itália, que é citada pelo governo brasileiro como exemplo, nem mesmo contrata médicos cubanos.

Segundo a própria OPAS, é a primeira vez que ela faz um acordo com as características do Mais Médicos. Mas o Ministério Público afirma que o que interessa é a legislação nacional, que, nas palavras do procurador Sebastião Caixeta, não possibilita tratamento desigual nem a aplicação da legislação de Cuba.

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