Com BR-364 fechada, haitianos tentam deixar estado por via aérea.
"Eu não tenho nada", diz imigrante que perdeu voo para Curitiba.
Haitianos dormem em aeroporto de Rio Branco (Foto: Dayane Leite/Arquivo pessoal)Com o fechamento da BR-364, em função da cheia histórica do Rio Madeira, em RO, o tráfego de ônibus está proibido na rodovia e os imigrantes que chegam ao país pelo Acre estão impedidos de deixar o estado por via terrestre. De acordo com Damião Borges, representante da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, 2.470 imigrantes estão em Brasiléia nesta terça-feira (25). Desses, 1,9 mil estão no abrigo montado na cidade pelo governo e o restante alugou, por conta própria, uma casa. Todos os haitianos que estão na cidade já conseguiram seus vistos.
Haitianos dormem em aeroporto de Rio Branco (Foto: Dayane Leite/Arquivo pessoal)"No guichê me disseram que era às 2h, mas não disseram se era da tarde ou da manhã. Eu passei a noite inteira perguntando 'já saiu o voo?' e quando eu acordei e perguntei de novo disseram que tinha perdido o avião", relata.
O haitiano chegou ao Acre em fevereiro e ficou no abrigo durante um mês, até que conseguiu a ajuda do amigo. Agora, Jonas lamenta a perda da viagem, e diz que não tem mais nenhum dinheiro. Ele espera que o amigo possa ajudá-lo na remarcação da passagem.
"Não tenho nada, nem para voltar, nem para seguir daqui e nem para comer", conta. Segundo o imigrante, mesmo que tivesse dinheiro para voltar para o abrigo, não há o que fazer em Brasiléia e o seu objetivo é conseguir um trabalho. "Eu não venho para visitar, sou um pobre, tenho família, preciso trabalhar. Trabalho com o que seja, só preciso partir daqui", apela.
Direitos Humanos
Procurado pelo G1, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão, afirmou não saber da situação e disse que o caso será apurado. Segundo ele, os imigrantes tem saído do abrigo por conta própria e tentado embarcar no aeroportp de Rio Branco. Nilson afirma ainda que nesses casos não há como a secretaria fornecer alimentação.
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