MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 23 de março de 2014

Conselho da Petrobras aprovou compra de refinaria no Japão um ano após adquirir a de Pasadena


Contrato continha as mesmas cláusulas que Dilma alega terem sido omitidas no caso da refinaria de Pasadena (EUA)

nansei sekiyu refinaria da petrobras no japao 1374489727273 615x300 600x292 Conselho da Petrobras aprovou compra de refinaria no Japão um ano após adquirir a de Pasadena Matéria do Jornal Nacional:

O conselho administrativo da Petrobras, presidido pela então ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, aprovou a compra de uma refinaria no Japão, um ano depois da aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas. No contrato desse outro negócio também consta a cláusula que gerou uma disputa judicial sobre a unidade de Pasadena, e que gerou prejuízos à Petrobras.
Relatórios da Petrobras ao mercado brasileiro informam que a compra de metade da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, custou US$ 360 milhões. Mas em 2007, em um documento encaminhado à agência que regula o mercado financeiro nos Estados Unidos, a Petrobras afirma que o preço pago foi de US$ 416 milhões.
A diferença, US$ 56 milhões, seria de impostos pagos ao governo americano, segundo um conselheiro que participou da aprovação do negócio. Em 2012, o preço da refinaria subiu mais.
Por força de uma decisão judicial, a Petrobras teve de comprar a outra metade da refinaria de Pasadena.
No contrato, havia uma cláusula, a put option, que obrigava uma das partes a comprar a outra em caso de desacordo entre os sócios. No final, somados os custos da refinaria e da disputa judicial, a Petrobras acabou gastando quase US$ 1,2 bilhão.
O diretor de gás e energia da Petrobras na época da compra da refinaria de Pasadena disse que o prejuízo teria sido menor se a estatal tivesse encerrado o caso na Câmara Internacional de Arbitragem, primeira etapa do processo. Mas, segundo Ildo Sauer, a presidente Dilma Rousseff insistiu na disputa judicial, o que levou a Petrobras a pagar um adicional de mais de US$ 170 milhões.
“O conselho de administração decidiu por indicação da presidente do conselho, senhora Rousseff, não aceitar a decisão arbitral. Mandou para a Justiça. A Petrobras foi derrotada na Justiça e, com isso, o ônus aumentou em mais US$ 171 milhões. Com isso, no final, a refinaria custou US$ 840 milhões, mais US$ 340 milhões de estoque de petróleo e derivados, que no final deu um preço total de US$ 1,190 bilhão”, revela Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras.
O Palácio do Planalto não quis comentar, mas fontes da Petrobras dizem que a decisão de recorrer à Justiça foi correta porque o valor pago pela refinaria de Pasadena poderia ser ainda maior se a estatal aceitasse a decisão arbitral.
Uma ata de 24 de junho de 2009, a que Jornal Nacional teve acesso, mostra que o conselho da Petrobras delegou a condução da arbitragem e as medidas seguintes à diretoria executiva.
Em outro negócio, mostrado neste sábado (22) pelo jornal O Estado de São Paulo, a presidente Dilma aprovou, em 2007, a compra de uma outra refinaria, no Japão. No caso do Japão, o resumo executivo que o conselho da Petrobras recebeu fazia menção à cláusula que, segundo a presidência, não estava no parecer que tratava da refinaria de Pasadena.
Na quarta-feira (19), a presidente Dilma Rousseff disse que só apoiou a compra de Pasadena porque recebeu um resumo que trazia “informações incompletas”. De acordo com a nota, “posteriormente, soube-se que o resumo era técnica e juridicamente falho, pois omitia qualquer referência a cláusulas” que, “se fossem conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo conselho”.
O resumo sobre as duas refinarias foi elaborado por Nestor Cerveró, então diretor da área internacional da Petrobrás, exonerado nesta sexta-feira (21) da BR Distribuidora.

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