MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sertanejos driblam as dificuldades para manter a tradição da Páscoa


Com chuvas escassas e barreiros vazios, falta peixe na mesa da população.
Moradores improvisam na hora de preparar a refeição da Semana Santa.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

Moradores do Sertão alagoano vêm enfrentando problemas devido à seca que assola a região. Longe da correria dos supermercados, shoppings e feiras livres, os sertanejos driblam as dificuldades para manter viva a tradição de comer peixe na Semana Santa. Com o forte calor que castiga a região, em vez de lavouras e pasto o que se vê é terra seca a espera da chuva.
No povoado Quixabeira, em São José da Tapera, o agricultor José Bonifácio reclama da escassez. Segundo ele, ainda há comida para os animais, mas o peixe da Sexta-feira Santa faltou. Apesar da chuva passageira que caiu em janeiro ter melhorado o nível da barragem de onde o agricultor retira o pescado, não há nada além de água. “Ficou difícil manter a tradição”, afirma o agricultor.
Na casa ao lado, a aposentada Jovelina Martins, na falta dos tradicionais alimentos, preparou uma umbuzada para a ocasião. Bebida que é feita com umbu, fruta típica da região, açúcar e leite de gado. “Não deu pra comprar o peixinho, mas a gente come a umbuzada com cuscuz e vai bem”, diz.
Já em um sítio da região, a dona de casa Rosineide de Lima teve que comprar a prazo no mercadinho para ter peixe em casa. Segundo Rosineide, devido às dificuldades, uma outra tradição do período, a compra de ovos de Páscoa, é deixada de lado. “As minhas filhas não sabem nem o que é ovo de chocolate”, conta.
Mesmo os mais felizardos precisaram fazer a multiplicação da comida para o almoço da Semana Santa. A aposentada Maria José dividiu os 3 quilos de peixe para mais de 15 pessoas da família, que ajudaram no preparo. “Uma faz a salada, outra faz a umbuzada, o peixe e assim  a gente vai levando", completa.

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