Estudo foi realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas.
Pais sofrem para tentar reduzir alimentos que fazem mal à saúde.
Quem já precisou fazer dieta, ou já faz, sabe que é tarefa complicada.
Em muitos casos, praticamente impossível. Mas se essa dieta precisar ser
feita por uma criança, é ainda mais difícil. Isso porque elas não
conseguem entender o porquê de determinados alimentos fazerem mal à
saúde.
No mês em que o Governo Federal lançou uma nova campanha de combate à obesidade, o G1 traz um dado preocupante para Alagoas: 17,6% das crianças com até cinco anos de idade estão sob risco de sobrepeso e 11,1% estão obesas. Desse total, 70% têm chances de se tornarem adolescentes obesos, segundo pesquisas realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) em 2011.
É comum pensar em alimentação adequada apenas na idade adulta. Mas os
maiores "erros" têm início logo nos primeiros meses de vida. Os hábitos
alimentares são formados nos dois primeiros anos. É nessa fase que os
alimentos são introduzidos. A fase mais preocupante com a obesidade
infantil está entre 2 e 10 anos, quando a criança passa a frequentar
outros ambientes, a exemplo da escola, que podem ofertar lanches
gordurosos e refrigerantes.
Crianças abusam de comidas gordurosas fora de casa. (Foto: Michelle Farias/G1)
Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2009, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 10 anos estão com peso acima do recomendado pelos médicos. É o caso do pequeno Guilherme, de apenas 7 anos. A mãe dele, a empresária Erilene Costa, afirma que está preocupada com a sua alimentação. Ele pesa 44 kg e não resiste ao refrigerante, às frituras e aos sanduíches.
“Estou muito preocupada porque ele já está acima do peso. Eu não consigo fazer com que ele coma alimentos saudáveis. Além de ele comer besteiras, gosta muito de comidas pesadas, como inhame e cuscuz. A escola também não ajuda porque na cantina vende refrigerante e frituras, assim, não tem como ele fazer dieta”, lamenta a empresária.
A mãe dele, a pensionista Márcia Rodrigues, diz que ver o filho naquela situação foi muito doloroso. Os hábitos alimentares da família sempre foram regrados de frituras e refrigerantes. “Sofri calada ao ver meu filho chorando. Mas ele deu um tapa na minha cara quando resolveu fazer dieta. Hoje ele não come mais besteiras e todos os dias come frutas, verduras e saladas. Ele é, sem dúvida, o meu orgulho”, revela.
Márcia diz ainda que a lanchonete do pai, que funciona na varanda da casa, contribuiu para o excesso de peso do filho. “Ele sempre pedia para o meu pai uma coxinha e um refrigerante. Mas isso isso mudou. Já levei ele ao médico e estou esperando os resultados dos exames. O João vai deixar o sedentarismo e vai fazer judô”, diz, orgulhosa.
Escolas
A mãe do pequeno Guilherme diz que manter a dieta sem o apoio da escola é muito difícil. Pensando nisso, várias escolas de Maceió incluem no cardápio das crianças uma alimentação saudável. De acordo com a nutricionista Jullyana Alves, que trabalha em uma escola no bairro do Farol, a família e a escola devem caminhar lado a lado.
Ainda segundo ela, é muito difícil quando não há o incentivo da família, porque as crianças são mais resistentes às mudanças. “O apoio dos pais é fundamental. Nós temos uma atenção maior com os celíacos (pessoas que têm intolerância ao glúten) e os intolerantes à lactose. Para que eles aproveitem as delícias, nós também servimos pizzas com massa integral e hot dog com pão integral. Eles sempre pedem para repetir a refeição”, reforça a nutricionista.
Apresentar os alimentos saudáveis às crianças requer um exercício de paciência. Não se pode dizer que a criança não gosta de legumes, se eles não conhecem bem esse tipo de comida.
Hábitos alimentares
A mudança dos hábitos alimentares das famílias é apontada por especialistas como a principal causa do aumento da obesidade infantil, doença que já assumiu proporções de epidemia mundial. De acordo com a gerente do Núcleo do Programa de Saúde e Nutrição da Diretoria de Atenção Básica da Sesau, Amália Alencar, a modificação do estilo de vida das famílias trouxe como prejuízo o aumento do consumo de produtos processados, de rápido preparo e a diminuição da ingestão de frutas, verduras e cereais.
Um dos primeiros ingredientes na busca por uma alimentação saudável
para evitar a obesidade infanto-juvenil é não fazer do alimento uma
espécie de compensação.
“Têm pessoas que, ao ver uma criança chorando, logo oferece comida. O que é errado. Nem todo choro é de fome. O choro tem que ser investigado. Muitas famílias também têm pais ausentes por conta de compromissos profissionais e acham que oferecendo lanches gostosos estão compensando a ausência”, orienta a especialista.
Os pais devem estar alerta quanto ao peso dos pequenos e sua relação com a faixa etária e altura. Quando o peso estiver 15% acima do esperado, a criança já será considerada com sobrepeso, que é o primeiro passo para a obesidade.
No mês em que o Governo Federal lançou uma nova campanha de combate à obesidade, o G1 traz um dado preocupante para Alagoas: 17,6% das crianças com até cinco anos de idade estão sob risco de sobrepeso e 11,1% estão obesas. Desse total, 70% têm chances de se tornarem adolescentes obesos, segundo pesquisas realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) em 2011.
Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2009, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 10 anos estão com peso acima do recomendado pelos médicos. É o caso do pequeno Guilherme, de apenas 7 anos. A mãe dele, a empresária Erilene Costa, afirma que está preocupada com a sua alimentação. Ele pesa 44 kg e não resiste ao refrigerante, às frituras e aos sanduíches.
“Estou muito preocupada porque ele já está acima do peso. Eu não consigo fazer com que ele coma alimentos saudáveis. Além de ele comer besteiras, gosta muito de comidas pesadas, como inhame e cuscuz. A escola também não ajuda porque na cantina vende refrigerante e frituras, assim, não tem como ele fazer dieta”, lamenta a empresária.
João Henrique pede para a mãe comprar frutas e
verduras. (Foto: Michelle Farias/G1)
Já o pequeno João Henrique, de 8 anos, deu um giro de 180º graus na sua
alimentação. Ele conta que queria muito andar de bicicleta, mas, com os
seus 70 kg, a brincadeira ficou apenas na vontade. “Quando quis subir
na bicicleta, me disseram que eu não conseguiria porque era muito gordo.
Chorei muito e, depois disso, resolvi fazer uma dieta”, conta.verduras. (Foto: Michelle Farias/G1)
A mãe dele, a pensionista Márcia Rodrigues, diz que ver o filho naquela situação foi muito doloroso. Os hábitos alimentares da família sempre foram regrados de frituras e refrigerantes. “Sofri calada ao ver meu filho chorando. Mas ele deu um tapa na minha cara quando resolveu fazer dieta. Hoje ele não come mais besteiras e todos os dias come frutas, verduras e saladas. Ele é, sem dúvida, o meu orgulho”, revela.
Márcia diz ainda que a lanchonete do pai, que funciona na varanda da casa, contribuiu para o excesso de peso do filho. “Ele sempre pedia para o meu pai uma coxinha e um refrigerante. Mas isso isso mudou. Já levei ele ao médico e estou esperando os resultados dos exames. O João vai deixar o sedentarismo e vai fazer judô”, diz, orgulhosa.
Escolas
A mãe do pequeno Guilherme diz que manter a dieta sem o apoio da escola é muito difícil. Pensando nisso, várias escolas de Maceió incluem no cardápio das crianças uma alimentação saudável. De acordo com a nutricionista Jullyana Alves, que trabalha em uma escola no bairro do Farol, a família e a escola devem caminhar lado a lado.
Crianças aprendem os benefícios de uma
alimentação saudável (Foto: Arquivo/nutricionista)
“Na mensalidade da escola já é incluído esse serviço. Nós fazemos
palestras e ensinamos as propriedade dos alimentos para as crianças.
Nossa alimentação é rica em frutas e verduras e todo mês fazemos um
cardápio diferente”, afirma.alimentação saudável (Foto: Arquivo/nutricionista)
Ainda segundo ela, é muito difícil quando não há o incentivo da família, porque as crianças são mais resistentes às mudanças. “O apoio dos pais é fundamental. Nós temos uma atenção maior com os celíacos (pessoas que têm intolerância ao glúten) e os intolerantes à lactose. Para que eles aproveitem as delícias, nós também servimos pizzas com massa integral e hot dog com pão integral. Eles sempre pedem para repetir a refeição”, reforça a nutricionista.
Apresentar os alimentos saudáveis às crianças requer um exercício de paciência. Não se pode dizer que a criança não gosta de legumes, se eles não conhecem bem esse tipo de comida.
Hábitos alimentares
A mudança dos hábitos alimentares das famílias é apontada por especialistas como a principal causa do aumento da obesidade infantil, doença que já assumiu proporções de epidemia mundial. De acordo com a gerente do Núcleo do Programa de Saúde e Nutrição da Diretoria de Atenção Básica da Sesau, Amália Alencar, a modificação do estilo de vida das famílias trouxe como prejuízo o aumento do consumo de produtos processados, de rápido preparo e a diminuição da ingestão de frutas, verduras e cereais.
João Henrique e Márcia enfrentam o preconceito juntos (Foto: Michelle Farias/G1)
“Logo no início de cada uma das apresentações de determinado alimento,
as crianças têm um reflexo na língua que empurram o alimento para fora.
Esse movimento faz a mãe crer que é uma repulsa à comida. Os alimentos
não devem ser processados ou liquidificados. A comida deve ser
apresentada à criança de forma pastosa, com a consistência de um purê”
diz Amália Alencar.“Têm pessoas que, ao ver uma criança chorando, logo oferece comida. O que é errado. Nem todo choro é de fome. O choro tem que ser investigado. Muitas famílias também têm pais ausentes por conta de compromissos profissionais e acham que oferecendo lanches gostosos estão compensando a ausência”, orienta a especialista.
Os pais devem estar alerta quanto ao peso dos pequenos e sua relação com a faixa etária e altura. Quando o peso estiver 15% acima do esperado, a criança já será considerada com sobrepeso, que é o primeiro passo para a obesidade.
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