MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 31 de março de 2013

Produtores da fronteira agrícola entre a Bahia e o Piauí sofrem com a seca


Os pés de soja ficaram baixos e os grãos menores do que deveriam.
Agricultores vão calcular as perdas nas lavouras para renegociar as dívidas.

Do Globo Rural

A fronteira agrícola dos dois lados da divisa da Bahia e do Piauí está sofrendo com a seca. Segundo o IBGE, o oeste baiano foi responsável em 2011 por 3,5 milhões de toneladas de soja. A colheita agora está só começando, mas já indica que a produção em 2013 não será tão boa. Nos últimos 15 dias, tem chovido muito na região o que dificulta o trabalho das máquinas e deixa os grãos úmidos.
O gerente de fazenda de Formosa do Rio Preto, Leonel Ferreira, diz que terá que secar boa parte da colheita de soja. “Era para ter um grão maior e com qualidade bem melhor. Se não fosse a chuva, pouca soja passaria pelo secador. Passaria apenas pela pré-limpeza e seria armazenada”.
No município de Bom Jesus, no Piauí, outro importante produtor de grãos da nova fronteira agrícola, a situação não é diferente. A família Manganelli teve perda significativa na plantação de soja. No plantio de milho, a perda foi ainda maior. A lavoura enfrentou 47 dias sem chuva gerando uma perda de quase 100%.
“Com a volta da chuva ficou até [lavoura] verde, mas as espigas estão menores e não têm pólen, por isso não vai ter grão na espiga só palha. Em princípio pensamos em cercar para soltar o gado para aproveitar pelo menos a palha porque não tem grãos”, explica o agricultor, Nelson Manganelli.
Plantios de arroz também foram prejudicados. Depois do Maranhão, o Piauí é o segundo maior produtor de arroz de sequeiro do Nordeste. O presidente da Associação dos Produtores da Serra do Quilombo, Leivandro Fritzen, diz que, no geral, as perdas de seus 43 associados não serão pequenas. “Na média geral, em torno de 70% na soja, 90% no arroz e em torno de 70% de perda no milho. Com certeza teremos agricultores endividados porque a região é nova e demanda investimentos altos na terra nos primeiros dois anos”.
No final de abril, quando a colheita for concluída, os agricultores pretendem fazer um balanço das perdas para renegociar suas dívidas.

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