Unidos de Padre Miguel torce para que drama não abale ânimo no desfile.
Sem barracão, agremiação não terá onde deixar as alegorias.
Carros
da Unidos de Padre Miguel em fase de acabamento no barracão construído
há quatro meses, no Caju (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)O carnavalesco Edson Pereira, autor do enredo “O reencontro entre o céu e a terra no reino de Alafin Oyó”, vê certa coincidência entre o tema e o momento pelo qual a Unidos de Padre Miguel está passando. O enredo fala sobre o encontro espiritual entre os orixás das lendas africanas e o homem, que foram separados pelos pecados cometidos pelos humanos. A pedido de Xangô esse reencontro acontece quando os seres humanos se incorporam os orixás e assumem suas características nos rituais religiosos.
“Xangô gosta dos desafios, que propiciam que ele mostre seu poder. E é isso que a Unidos de Padre Miguel está fazendo. Estamos enfrentando os problemas, que até aqui não foram poucos, de frente. A comunidade está unida e com muita garra, empolgada, para esse desfile”, disse Pereira.
Aterro com entulho dificultava a saída dos carros dobarracão (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
Depois de quatro meses de insistentes pedidos, a Prefeitura colocou uma camada de asfalto no terreno. Agora, segundo Pereira, os carros já podem sair em direção à Sapucaí, mas o destino que terão ao final do desfile ainda é incerto.
“O terreno vai ser lacrado depois de retirada as alegorias. A escola não tem um espaço assim tão grande para caber todos os carros. As alegorias são caras, não resistem ao sol e à chuva por muito tempo, não podem ficar expostas, jogadas na rua. Todo esse investimento será perdido. A Cidade do Samba 2 deve levar uns dois aos para ficar pronta. Posso dizer com tranquilidade que o carnaval de 2014 da Padre Miguel já vai começar comprometido” lamentou o carnavalesco, que destacou que o trabalho das escolas de samba recomeça em abril.
Terreno recebeu uma camada de asfalto na noite dequinta-feira (31), mas escola terá de deixar o local
após o desfile (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
“A cada dificuldade, temos uma motivação a mais. A comunidade está respondendo bem às adversidades, com garra, com força e disposição. Vamos entrar na avenida para brigar pelo título, com a força de Xangô. Mas a situação da escola não deixa de ser preocupante”, avalia o carnavalesco.
A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) informou através de sua assessoria, que já conseguiu com a Prefeitura e a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) um terreno na Avenida Brasil, no Caju, onde as escolas da série A poderão deixar suas alegorias, sem prejuízo para ninguém. Com isso, a Unidos de Padre Miguel deverá se dirigir para esse novo espaço logo depois do desfile.
Escola investiu na construção do barracão que terá de abandonar após o desfile (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
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