Na CUT, Lula se compara a Lincoln e critica adversários
Para presidente, oposição e formadores de opinião têm 'bronca' dele e da presidente Dilma; petista afirmou receber da imprensa igual cobrança recebida pelo ex-presidente norte-americano
Gustavo Porto e Daiene Cardoso, da Agência Estado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta
quarta-feira, 27, seus adversários, afirmou que eles têm "bronca" dele e
da presidente Dilma Rousseff e avaliou que a oposição e os formadores
de opinião pública nunca quiseram a eleição dos dois. "Essa gente nunca
quis que eu e a Dilma ganhássemos as eleições, que a gente fosse
progressista", disse o ex-presidente, durante evento em comemoração aos
30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT). "A bronca que eles
tinham de mim era (em relação ao) meu sucesso e agora é o sucesso da
Dilma."
Hélvio Romero/AE
Lula participou do evento de comemoração aos 30 anos da CUT
Para Lula, os adversários e "os formadores de opinião pública" foram os últimos a aderir, na década de 80, ao movimento pelas eleições diretas para presidente e, na década seguinte, à campanha pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, hoje senador.
"É preciso reconhecer que o País mudou muito, inclusive na questão da comunicação. Nos anos 80, qualquer imbecil se achava formador de opinião pública", disse. "Nesse País, formadores de opinião pública eram contra a campanha das diretas, contra a derrubada do Collor", criticou.
Movimento sindical. O ex-presidente reclamou ainda da falta de espaço para o movimento sindical na imprensa e cobrou um mapeamento de toda a mídia do setor para que esse segmento se organize. "É uma arma poderosa, mas totalmente desorganizada. Por que a gente não organiza a nossa mídia, dá formatação, um pensamento coletivo, mais unitário?", indagou.
Lula pediu uma mudança de postura da CUT, cobrou que a central sindical e seus dirigentes saiam às ruas, deixem os prédios e viajem mais pelo País. Recomendou ainda que conversem mais com a presidente Dilma "porque mulher sempre trata melhor que o homem". Após manifestações da plateia sobre a fama de rígida da presidente, Lula emendou: "Mesmo quando a mulher é mais dura, é mais flexível que o homem."
Na saída do evento, Lula disse, em uma rápida conversa com jornalistas, que apoia a marcha dos trabalhadores a ser realizada em 6 de março. "Todas as reivindicações são justas. Agora, só precisa saber se o governo tem condições de atender", comentou.
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