Durante três meses Silvio circulou o segundo país mais populoso do mundo.
Ao longo do caminho foi confundido com terrorista e também foi atropelado.
Silvio Duarte viajou por três meses e 10 dias (Foto: Arquivo pessoal)
Nesta semana, depois de mais de três meses, o catarinense Silvio Duarte
voltou para casa com muitas histórias para contar. O bombeiro
aposentado, de 58 anos, e louco por conhecimento decidiu conhecer a
Índia. “Filha eu quero conhecer a Índia. Mas eu vou conhecer de
bicicleta”, disse para Tyalla, sua filha, e foi assim que nasceu o
projeto 'Pedalando na Índia'.Durante três meses e 10 dias, Silvio circulou o segundo país mais populoso do mundo com 1,2 bilhão de pessoas. O ciclista catarinense foi atropelado e trouxe para o Brasil uma costela quebrada de lembrança. Ao longo do caminho foi confundido com terrorista e teve sua bicicleta revistada. Até uma panela, que carregava pra fazer refeições, foi taxada como 'material para construir uma bomba'. Mas nada disso diminuiu a força para completar o percurso, nem mesmo a tempestade de areia no meio do deserto, a perda de 15kg ou a falta de água.
Silvio pretende fazer o caminho de Che Guevara
(Foto: Silvio Duarte/Arquivo pessoal)
“É bom retornar. Pude conhecer outra cultura, outros costumes e
perceber que existe uma desigualdade muito grande fora daqui”, afirmou.
Silvio se refere às castas, pirâmide hierárquica indiana, onde estão os
Brãhmas e os Dáliths, por exemplo. Brãhmas estão no topo da pirâmide e
sempre serão os superiores das classes sociais, enquanto que os Dáliths,
são os “intocáveis”, os “sujos”. Uma vez nascido nesta casta, você
jamais muda.(Foto: Silvio Duarte/Arquivo pessoal)
Os Dáliths sempre serão responsáveis por serviços como limpeza de banheiros, varredores de rua, responsáveis pelos serviços mais simples. “Foi esse povo que eu aprendi a amar. Eles são humildes, felizes, vivem com tão pouco”, disse Silvio.
Além disso, ele conseguiu o segundo objetivo, que era o de divulgar o ato de pedalar. “A bicicleta não pode ser usada apenas para pegar pão na padaria da esquina. Precisamos utilizá-la mais”, acredita. E depois dessa experiência, Silvio pretende fazer outras viagens. “Agora tenho em mente, eu e meu irmão, fazer o caminho que Che Guevara fez, indo até a Bolívia, mas ainda não quero revelar nada. Quero descansar”, declarou feliz.
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