JORNAL A REGIÃAO
Empresários de Itabuna se queixam da falta de mão de obra, seja qualificada ou para ser capacitada. "Ninguém quer trabalhar mais", diz um deles, "se acomodaram no Bolsa Família", conclui. O fato é que empresas estão deixando de investir, de ampliar negócios ou até fechando por falta de gente para trabalhar.
O tema foi abordado no programa Conexão Morena, da rádio Morena FM, onde os hosts Oziel Aragão e Andreyver Lima apontaram o Bolsa Família como uma das causas da escassez de trabalhadores disponíveis. O jornal A Região foi buscar dados para analisar a situação.
A razão não parece ser excesso de emprego, mas os milhões que não querem trabalhar porque acham o Bolsa Família suficiente. Um problema é a falta de incentivo para deixar o benefício, que deveria ser provisório mas se tornou permanente. Até o IBGE considera os bolsistas como "empregados" e não inclui na taxa de desemprego.
O presidente Bolsonaro tentou incentivar a saída oferecendo capacitação gratuita aos bolsistas e garantindo o benefício por mais dois anos para quem conseguisse um emprego. A pessoa tinha condição e incentivo para deixar o sistema, acumulando as duas rendas por um período. Mas as medidas foram derrubadas por Lula.
Itabuna tem cerca de 40 mil pessoas empregadas, mas 102.743 recebendo Bolsa Família e sem nenhuma intenção de sair do programa. A tendência é empregar pessoas de fora, que preferem ganhar o sustento com o próprio esforço e crescer, vindas de cidades com menos potencial de trabalho.
Desses "bolsitas", 22.614 têm alguma renda complementar, de até meio salário mínimo (R$ 759) por pessoa da família. Somando as duas rendas, cada um deste grupo no Bolsa Família receberá, todo mês, até R$ 1.413 sem trabalhar. Se tiver filhos, o valor aumenta. Não existe estímulo para deixar o benefício e trabalhar pelo salário mínimo.
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