MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

1ª Selic do ano será de encontro sem muitas emoções, analisa especialista da FIPECAFI

 

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A novidade é que o choque de juros de ir para o ataque, anunciado, não surtiu efeito; Brasil ainda sentirá os respingos do “Trumponomics” e da blindagem de Galípolo

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Nos dias 28 e 29/01, ocorrerá a primeira reunião do ano do COPOM, em que a nova Taxa Selic será definida. A princípio, segundo o especialista em Mercado Financeiro da FIPECAFI, Hudson Bessa, este encontro será sem muitas emoções, diante que em sua última reunião, o Comitê indicou dois aumentos consecutivos de 1 p.p. para este mês e o seguinte. Mesmo assim, ele também alerta sobre os efeitos do “Trumponomics”, comenta sobre o pacote fiscal e das formas de blindar o novo presidente do BC.


O especialista reforça que a postura de “ir para o ataque”, adotada pelo BC no mês de dezembro, parece ter seguidos duas orientações. Sendo a primeira de domar as expectativas que foram duramente prejudicadas pelo pífio pacote fiscal, visto pelo mercado como muito aquém do necessário para estabilizar o crescimento vertiginoso da relação dívida/PIB, que cresceu 7 p.p. nos últimos dois anos.

“Sobre a temperatura deste ambiente tóxico, ela pode ser medida pelo estresse em dezembro último, quando a cotação do dólar chegou a bater R$ 6,30, e as taxas de juros longas pagas pelos Tesouro Direto, na casa de 8% no Tesouro IPCA e 15% nos pré-fixados”, explica o especialista em Mercado Financeiro da FIPECAFI, Hudson Bessa.


Já a segunda lógica, na opinião de Bessa, perece ter sido blindar o novo presidente, Gabriel Galípolo, de críticas vindas da ala política do Governo e dirigentes do PT e, também, afastar as suspeitas, por parte do mercado, de que o indicado pelo atual chefe de estado poderia não ser tão diligente na condução da política monetária.


“Dito isto, a novidade é que o choque de juros anunciado não surtiu efeito até o momento. A despeito do recuo verificado na cotação do dólar, as expectativas do relatório Focus divulgado antes da última reunião do COPOM se deslocaram para cima. As previsões do mercado para o IPCA e o dólar que estavam em 4,60% e R$ 5,85, subiram para 5,50% e 6,00, respectivamente”, ressalta.


Bessa ainda reforça que não é usual que um choque desta magnitude não produza os efeitos previstos e que o desafio imposto ao BC é, portanto, decidir sobre qual o teto para a taxa básica de referência, que as expectativas de mercado já colocam em 15% ao final do ano.


Recentemente, dados do IBRE-FGV apontam que a economia brasileira vem rodando acima do seu potencial, hiato-produto, há quatro trimestres, ao que se pode adicionar as pressões provocadas por baixo desemprego e o aumento da renda.


“Não bastasse esta pressão de demanda, o Governo continua emitindo sinais de ceticismo fiscal. Parece não entender que comemorar um déficit primário de 0,4% é inconcebível na nossa situação. Às pressões de demanda, soma-se a deterioração das expectativas. As projeções para o IPCA estão acima da meta para este ano, já superam o centro para 2026 e caminham a cada semana em direção ao teto”, comenta o especialista em Mercado Financeiro da FIPECAFI, Hudson Bessa.


Cenário de Trump “Trumponomics”


O cenário internacional também promete colocar pressões nas decisões brasileiras. Nomeado como “Trumponomics”, o especialista diz que isso deve, no médio prazo, tornar o dólar mais caro no mundo e manter a taxa de juros elevada por mais tempo nos EUA, o que pode depreciar ainda mais o câmbio no Brasil e ter efeitos sobre a inflação. Adicionalmente, juros mais altos no mercado americano são sinônimo de piso mais elevado para Selic.


“O BC parece estar patinando sobre gelo fino. Se apertar demais a política monetária pode provocar uma desaceleração abrupta e forte da economia e, ainda, elevar o déficit nominal a cifras que incitam a discussão sobre dominância fiscal”, alerta Bessa.


Em resumo, o especialista da FIPECAFI conclui que o desafio do COPOM é dosar o ritmo em que elevará a taxa de juros e qual será o teto. O mix entre velocidade e intensidade será fundamental para o sucesso da empreitada.


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